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Estado de Minas

Netanyahu inicia 'missão impossível' de formar governo


postado em 26/09/2019 08:42

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu inicia nesta quinta-feira sua "missão impossível" de formar um governo de coalizão para sair do impasse político após eleições em que surgiram dois blocos quase inconciliáveis.

Netanyahu recebeu na quarta-feira à noite do presidente Reuven Rivlin o mandato de formar o próximo governo após a eleição legislativa, a segunda em cinco meses, sem conseguir vencer seu rival Benny Gantz.

Visto de longe, Bibi (seu apelido) venceu. Mas, olhando de perto, o primeiro-ministro herda uma tarefa hercúlea: deve mover as placas tectônicas da política israelense.

De acordo com os resultados da legislativas de 17 de setembro, seu partido Likud conquistou 32 cadeiras de 120 no Knesset, e um total de 55 incluindo seus aliados da direita e de formações ultraortodoxas.

Contra ele, o ex-comandante do Exército Benny Gantz e seu partido centrista "Azul e Branco" conseguiram 33 assentos, mas 54 contando seus aliados de esquerda e árabes.

E a formação laica "não alinhada" de Avigdor Lieberman, Israel Beitenou, oposta aos partidos árabes e judeus ortodoxos, obteve oito assentos que podem fazer a balança pender.

Netanyahu terá 28 dias para atrair mais seis deputados. E para isso, duas opções estão disponíveis: chegar a um acordo com Benny Gantz ou cooptar um partido pequeno.

O primeiro-ministro Netanyahu, que está no poder há 10 anos, procurou Benny Gantz para formar "juntos" um "governo de unidade e paridade".

Mas Gantz rejeitou a proposta, afirmando que seu partido não integraria um governo cujo chefe "é alvo de uma acusação séria", uma mensagem direcionada a Netanyahu, que está na mira da Justiça.

- Obstáculo da Justiça -

A equipe do procurador Avichai Mandelblit deve ouvir na próxima semana os advogados de Netanyahu, que é suspeito de "corrupção", "fraude" e "quebra de confiança" em três casos, um dos quais envolveria incentivos fiscais para um magnata em troca de cobertura favorável de uma de suas mídias.

O presidente sugeriu que o futuro primeiro-ministro poderia ter uma pausa nas suas funções em caso de "incapacidade". Netanyahu poderia, assim, retirar-se temporariamente para se defender no tribunal em caso de acusação.

"Entendemos que se formarmos o próximo governo de unidade, Netanyahu não será primeiro-ministro por todo o mandato", disse seu negociador, Yariv Levin, nesta quinta-feira.

Se esse argumento não conseguir convencer Gantz, Netanyahu terá que seduzir Avigdor Lieberman, hostil aos partidos ultra-ortodoxos aliados do primeiro-ministro, ou o partido de esquerda aliado de Gantz.

Se sua missão fracassar, Netanyahu terá que desistir do mandato de formar o governo. Assim, Rivlin poderá solicitar a Benny Gantz que tente a sorte.

Mas neste cenário, Gantz também herdará a difícil tarefa de realinhar a política israelense. Nesse estágio, os partidos políticos israelenses seriam forçados a escolher entre um governo de Gantz ou novas eleições, a terceira de um ano.


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