Na conversa por telefone em julho passado com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, base do atual processo de impeachment nos EUA, Donald Trump criticou os países da Europa pela falta de apoio à Ucrânia em seu conflito com a Rússia, revela a transcrição divulgada nesta quarta-feira.
"Fazemos muito pela Ucrânia. Dedicamos muito esforço e muito tempo, muito mais do que fazem os países europeus, que deveriam ajudá-los mais", disse Trump durante o telefonema.
Os Estados Unidos são um aliado-chave da Ucrânia desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.
"A Alemanha não faz quase nada por vocês. Só sabe falar. Angela Merkel (chanceler) fala da Ucrânia, mas nada faz".
Zelenski respondeu estar "1.000%" de acordo, segundo a transcrição.
"A União Europeia deveria ser nosso parceiro mais importante, mas, tecnicamente, são os Estados Unidos", disse o líder ucraniano, que chegou ao poder em maio, ao agradecer o apoio de Washington na área de defesa.
Na terça-feira, Trump disse ter congelado milhões de dólares em ajuda à Ucrânia apenas para forçar seus aliados europeus a ampliar seu apoio ao governo de Zelenski.
Trump negou ter utilizado o congelamento para pressionar Zelenski a investigar o filho de seu adversário Joe Biden, principal pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020 nos EUA.
Segundo a transcrição do telefonema de 25 de julho, Trump pediu a Zelenski "para olhar" indícios de corrupção por parte de Hunter Biden, que trabalhou para um grupo de gás ucraniano pertencente a um oligarca pró-russo de reputação duvidosa.
"Há muita conversa sobre o filho de Biden, que Biden impediu a investigação, e muita gente quer saber sobre isso", disse Trump a Zelensky.