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Estado de Minas

Trump chama de 'piada' motivos de pedido de impeachment


postado em 25/09/2019 19:55

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu nesta quarta-feira como "uma piada" as razões para a abertura de um processo de impeachment contra ele, apresentado pelos democratas sob a acusação de ter pressionado o chefe de Governo da Ucrânia para obter informações contra seu provável adversário nas eleições presidenciais de 2020.

"Quando você olha a informação, é uma piada. Um 'impeachment' por isso?!", disse Trump em coletiva em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU.

Segundo a transcrição do telefonema entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, no dia 25 de julho, o líder americano pediu ao europeu para investigar o filho de seu adversário político Joe Biden, pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020.

Apesar de ter confirmado a conversa, Trump negou ter feito "a mínima pressão" sobre o governo do país europeu.

Trump também prometeu "transparência" sobre as informações fornecidas na denúncia feita por um membro do serviço de inteligência dos EUA, que trouxe à tona o teor da conversa entre os dois presidentes.

"Informei a todos os membros da Câmara que apoio totalmente a transparência na divulgação das informações do denunciante, mesmo que sejam supostamente informações de segunda mão".

A divulgação da transcrição oficial do telefonema ocorre no dia seguinte à abertura de um processo de impeachment, movido pela oposição democrata, por suposta pressão sobre a Ucrânia para prejudicar Biden.

"Fala-se muito sobre o filho de Biden, que Biden interrompeu a investigação e muitas pessoas querem descobrir isso", disse Trump a Zelenski. "Biden saiu por aí se vangloriando de ter impedido a investigação, então, se você puder conferir isso".

Trump firma que a abertura do processo de impeachment é uma "crise fabricada" e a "maior caça às bruxas da história dos Estados Unidos".

Nesta quarta-feira, Zelenski manifestou seu apoio ao presidente dos Estados Unidos, classificando como "normal" a conversa e negando qualquer pressão.

"Tivemos uma boa conversa por telefone, normal. (...) Ninguém me pressionou", garantiu o dirigente europeu, que está em Nova York, destacando que não quer ter o nome envolvido nas eleições americanas.

Na ligação, Trump propõe a seu colega ucraniano que trabalhe em cooperação com seu advogado, Rudy Giuliani, "um homem muito respeitado", e com o procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr, e acrescenta que os dois entrarão em contato com ele em breve.

Hunter Biden foi membro, de 2014 a 2019, do comitê de monitoramento do grupo de gás ucraniano Burisma, que pertence a um empresário pró-russo de reputação duvidosa.

- "Chefe da máfia" -

Mas os democratas disseram que a transcrição "reflete inequivocamente um abuso chocante e condenatório da função presidencial para benefício político pessoal".

"É assim que um chefe da máfia fala: 'O que você pode fazer por nós", disse o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, Adam Schiff.

Faltando 400 dias para as próximas eleições presidenciais, os democratas lançaram a primeira etapa do processo de impeachment, um procedimento incomum e explosivo com poucas chances de terminar numa destituição, mas que lança uma sombra sobre sua campanha à reeleição.

Eles suspeitam que Trump reteve uma ajuda de cerca de 400 milhões de dólares para Kiev visando forçar o presidente ucraniano a ajudá-lo. Na conversa com Zelensky, Trump não menciona essa ajuda.

Pelo lado da oposição, os congressistas democratas estão tentando obter uma audiência com o membro da comunidade de inteligência que denunciou o teor da conversa entre os dois presidentes.

Também devem ouvir, na quinta-feira, o diretor de inteligência nacional, Joseph Maguire, que se negou a transmitir o relatório escrito por esse agente.

- Efeito "positivo" -

O objetivo democrata é reunir a maior quantidade de informação possível em vários comitês para respaldar o processo de impeachment antes de encaminhá-lo para votação na câmara baixa do Congresso.

Por conta da maioria democrata nesta casa legislativa, é provável que Trump seja acusado, o que aconteceu com apenas dois de seus antecessores: os democratas Andrew Johnson, em 1868; e Bill Clinton, denunciado por "perjúrio" em 1998, por seu caso extra-conjugal com a então estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky. Ambos foram absolvidos.

Com uma maioria republicana ainda leal a Trump, o Senado faria o julgamento político contra o presidente e dificilmente aprovaria a destituição. Os democratas precisariam convencer 20 senadores republicanos, o que parece muito pouco provável nesta etapa.

No entanto, o republicano moderado Mitt Romney disse nesta quarta que a conversa entre Trump e Zelenski é "profundamente preocupante".

Uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac publicada nesta quarta-feira revela que 37% dos eleitores apoiam o processo contra Trump, enquanto 57% se opõem, embora mais da metade desaprove seu desempenho.

Este processo também pode se voltar contra os democratas. Na terça, Donald Trump disse que uma acusação teria um efeito "positivo" em sua campanha.

Foi essa possibilidade que levou a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, a evitar durante tanto tempo seguir por esse caminho.

Pelosi teme que os eleitores venham a punir em 2020 um partido que passa grande parte do tempo centrado nas ações do presidente ao invés de abordar temas importantes, como economia e saúde.


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