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Estado de Minas

Gina Miller, a mulher que humilhou os pró-Brexit duas vezes nos tribunais


postado em 24/09/2019 15:25

A ativista pró-europeia Gina Miller, de 54 anos, passará a história como a mulher que derrotou duas vezes os partidários do Brexit na Justiça.

Na terça-feira, a Suprema Corte britânica considerou "ilegal" a decisão do primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, que apoia o Brexit a qualquer custo, de suspender o Parlamento, estimando que ele queria silenciá-lo.

Em 2017, venceu uma importante batalha legal sobre o Brexit, levando os tribunais a forçar o ex-governo conservador de Theresa May a consultar o Parlamento sobre o processo de saída da União Europeia.

Sua primeira vitória judicial fez dela uma heroína para os apoiadores da UE e uma pária para os pró-Brexit, que a acusam de querer cancelar o resultado do referendo de junho de 2016, no qual 52% dos votos decidiram deixar a UE.

Essa gerente de fundos, originária da Guiana (antiga Guiana Britânica), recebeu ameaças de morte e insultos racistas por meses. Seus três filhos também foram ameaçados e ela teve que contratar seguranças. Um aristocrata colocou sua cabeça a prêmio.

Isso não a desarmou e durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas antecipadas de junho de 2017, convocadas por May, militou pela causa europeia.

Recentemente reapareceu para registrar uma queixa contra a suspensão do Parlamento, apoiada pelo ex-primeiro-ministro conservador John Major, outro defensor da integração europeia

- "Viúva negra" -

Sua resiliência se explica pela vida contrastada de alguém que cresceu em uma família comprometida politicamente.

Seu pai, Doodnaught Singh, era procurador-geral da Guiana Britânica. Aos 11 anos foi enviada a um internado na Inglaterra.

Dois anos depois, começou a trabalhar como faxineira em tempo parcial, quando sua família passava por dificuldades financeiras.

Duas vezes divorciada, teve diversos empregos - garçonete, modelo, e até uma participação em um dos filmes de James Bond - antes de criar seu próprio fundo de investimento.

Depois da crise financeira de 2008, se envolveu pessoalmente em campanhas para exigir uma transparência maior no setor financeiro, o que lhe valeu o apelido de "viúva negra", que ela respondeu afirmando que as coisas teriam sido "mais fáceis" se fosse um homem branco.

Seu ativismo anti-Brexit mudou o jogo. "Isso mudou completamente a minha vida", explicou recentemente à AFP.

"Às vezes me deprime muito viver em um país em que as pessoas acham tudo bem dizer que porque sou uma mulher de cor, não sou inteligente o suficiente ou que não pertenço ao meu lugar, ou me comparam a um animal", afirmou.

Apesar de tudo, "continuarei lutando", acrescentou. "Fui uma ativista durante 20 anos, estou acostumada a receber golpes", sentenciou.


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