O presidente do Paraguai, Mario Abdo, destituiu nesta quinta-feira o ministro da Justiça, Julio Rios, e o comandante da polícia nacional, Walter Vázquez, após a fuga do perigoso narcotraficante Teófilo Samudio ("Samura"), ligado ao "Comando Vermelho" (CV).
A procuradoria determinou a detenção do diretor da prisão da cidade de Emboscada, Juan Carlos Irala, e de sete guardas penitenciários encarregados da custódia de "Samura", que escapou na véspera.
A polícia prendeu nesta quinta-feira três homens que integraram o numeroso grupo que atacou o comboio da penitenciária de Emboscada para libertar "Samura".
"O diretor da prisão não aplicou os mecanismos próprios para custodiar um detento de alta periculosidade", afirmou o promotor Marcelo Pecci.
O presidente Abdo declarou nesta quinta-feira que "há corrupção e dinheiro" por trás da fuga de "Samura".
"Houve cumplicidade dos organismos do Estado", denunciou Abdo ao anunciar uma ampla investigação.
"Samura" é considerado pela Secretaria Antidrogas (Senad) como um chefe ligado ao Comando Vermelho responsável pelo envio ao Brasil de cocaína procedente de Peru e Bolívia.
"Samura" havia sido capturado no dia 10 de outubro de 2018, junto com 10 cúmplices, em uma operação da Senad na fronteira com o Brasil.
O Comando Vermelho é uma grande organização criminosa do Brasil dedicada ao narcotráfico, e tem como principal base o Rio de Janeiro. Seu principal adversário é o PCC (Primeiro Comando da Capital), oriundo de São Paulo.
Ao menos 600 detentos no Paraguai - paraguaios e brasileiros - integram as duas facções, segundo a polícia.