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Estado de Minas

Russos votam em eleições locais, após campanha turbulenta


postado em 08/09/2019 14:55

Os russos foram às urnas neste domingo (8) para eleger seus representantes locais, depois de uma turbulenta campanha que incluiu uma onda de perseguições judiciais contra manifestantes, consideradas as piores em quase uma década.

De acordo com analistas, os resultados da votação serão acompanhados de perto, diante da proximidade com as eleições parlamentares de 2021, e também pela capacidade de dar forma ao futuro político da Rússia.

As atenções se concentram na capital, palco de manifestações quase semanais neste verão, em protesto pela exclusão de candidaturas da oposição.

No centro e na periferia de Moscou, os eleitores eram recebidos por agentes de polícia de uniforme branco, balões com as cores da bandeira russa e barracas com comida e bebida.

"Votei de forma inteligente", declarou Aliona Prokhorova, de 46 anos, que foi com a filha votar em um colégio eleitoral no sudoeste da capital.

"Moscou se opõe a todo este horror (...). Ainda não acredito nisso", comentou, referindo-se à repressão das manifestações.

A advogada Lyubov Sobol, uma das promotoras dos protestos após ter sido afastada das eleições, votou perto de casa, no sul de Moscou, acompanhada por muitos jornalistas.

"Sem dúvida, ninguém quer ir votar, já que os candidatos não foram autorizados a se apresentarem", disse ela à imprensa. "Isso não é democracia", completou.

O comboio do presidente russo, Vladimir Putin, atravessou a cidade até o posto na Academia das Ciências, onde costuma votar.

"O que é importante não é a quantidade, mas a qualidade dos candidatos", afirmou Putin, em declarações a agências russas.

Neste fim de semana, Moscou festeja seu aniversário, com fogos de artifício e várias atividades nas ruas, um clima que contrasta com a tensão vivida no centro da capital durante o verão.

As recentes manifestações - a maioria não autorizada pelo governo - terminaram em cerca de 2.700 detenções. Trata-se de um número inédito desde as manifestações de 2011 e 2012 que antecederam o retorno de Putin à Presidência, após um mandato como primeiro-ministro.

- 'Votar com inteligência' -

Cerca de 7,2 milhões de eleitores eram esperados nas urnas para eleger os 45 deputados do Parlamento de Moscou. Nesta Casa, o partido de Putin, Rússia Unida, tem uma ampla maioria ligada ao prefeito moscovita, Sergei Sobyanin.

Nenhum candidato se apresenta, porém, com as cores do Rússia Unida, que está vendo sua popularidade atingir mínimos históricos.

O opositor Alexei Navalni, de 43 anos, pediu aos moradores de Moscou que "votem de forma inteligente", ou seja, apoiando os mais bem posicionados para derrotar os candidatos pró-Putin. A maioria deles é representante do Partido Comunista russo.

Mais de cinco mil eleições são realizadas hoje na Rússia, onde serão escolhidos 16 governadores e os representantes de 13 parlamentos regionais. Entre eles, está o da Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.


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