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Estado de Minas

Líderes religiosos promovem conversão para homossexuais na Etiópia


postado em 06/09/2019 12:43

Os líderes religiosos etíopes formarão uma nova associação para promover a chamada terapia de conversão, uma prática destinada a mudar a orientação sexual dos homossexuais.

Inspirados por Dereje Negash, um padre cristão ortodoxo que denuncia a disseminação da homossexualidade na Etiópia por mais de uma década, esses religiosos querem abrir sua organização no domingo em Adis Abeba.

Essa iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla para convencer o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed a endurecer seu discurso sobre minorias sexuais.

"A razão pela qual organizamos este evento é porque o problema está piorando. A homossexualidade afeta muitas crianças e está se espalhando", declarou Dereje.

"Nosso objetivo não é atacar ou destruir homossexuais, mas educá-los e trazê-los de volta à verdade", acrescentou.

Os especialistas consideram essa terapia de conversão, às vezes chamada de terapia restauradora, como uma prática pseudocientífica.

Mas em muitas áreas da África, esse método geralmente é realizado pelo peso da religião e das "pressões familiares e culturais", de acordo com um relatório publicado em agosto pela OutRight Action International, uma organização que defende os direitos das mulheres e pessoas LGBTI, com sede em Nova York.

O documento contém pouca informação sobre a situação na Etiópia, mas aponta que a terapia de conversão às vezes inclui agressões e "exorcismos".

Dereje afirma ter usado com sucesso seu próprio método de conversão, que envolve períodos de jejum e visitas a mosteiros etíopes.

Na Etiópia, sente-se alguma hostilidade em relação às minorias sexuais.

Em 2007, uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center mostrou que 97% dos etíopes acreditam que a sociedade não precisa aceitar a homossexualidade.

Em um relatório de direitos humanos de 2018, o Departamento de Estado dos Estados Unidos observou que as minorias sexuais enfrentam uma "grave estigmatização da sociedade" na Etiópia.

É por isso que não surpreende que as pessoas afirmem ser "curadas" graças à terapia de conversão, estima Dagmawi Woubshet, professor de literatura etíope da Universidade da Pensilvânia.

"A terapia de conversão é totalmente desacreditada. Não existe uma instituição internacional legítima de saúde ou instituição acadêmica que a apoie", enfatiza.

O código penal etíope prevê até 15 anos de prisão por atos homossexuais, apesar de as prisões ou julgamentos serem poucos frequentes.


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