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Estado de Minas

Cemitério de Hanói faz homenagem à alma dos pets falecidos


postado em 15/08/2019 13:19

Salsichas, uvas, leite e bolos são colocados sobre as lápides de cães e gatos em um cemitério de animais de estimação de Hanói - um banquete terrestre para as almas dos animais mortos.

Segundo crença antiga, eles voltam da vida após a morte para uma festiva refeição durante o "Mês Fantasma", que é comemorado no país.

Trata-se de um banquete ritual realizado em todo Vietnã em homenagem aos ancestrais mortos, cujas almas vagariam pela terra durante o "Mês Fantasma" e são honradas com uma grande oferenda de refeição antes que agosto chegue ao fim.

Dezenas de donos de animais de estimação também fazem sua comemoração particular, participando de uma cerimônia solene no templo "Te Dong Vat Nga" - "todas as vidas são iguais" em uma tradução livre do vietnamita.

Milhares de cães e gatos foram enterrados no cemitério destinado a eles que existe neste local tradicional.

O carismático budista apaixonado por cães que administra o cemitério de pets de Hanói acredita firmemente que a alma dos animais devem ser tratadas com a mesma dignidade que a dos humanos.

"Nós amamos cães e gatos não apenas nesta vida, mas também na outra vida", afirma Nguyen Bao Sinh, que inaugurou este cemitério há 50 anos.

Ele diz já ter cremado, ou enterrado, em torno de 10 mil animais - incluindo tartarugas, pássaros, peixinhos e outros mais exóticos - e cobra de US$ 45 a US$ 65 por ano para que os donos possam ter um túmulo com uma minilápide para seus amados animais de estimação que viraram estrelinha.

"É um preço baixo a pagar para quem quer ter certeza de que seu animalzinho ficará confortável após a morte", explica.

"Meu Bon merece ter um lugar de descanso decente de forma permanente para que ele encontre paz", diz Nguyen Anh Minh à AFP depois de deixar leite, iogurte e uvas no túmulo de seu husky siberiano que morreu no início deste ano.

Para Nguyen Thi Xuan Trang, ter dado a seu cachorro Quoc - que ela tratava como um filho - um enterro decente trouxe paz de espírito para ela.

"Eu trouxe amendoim e um bolinho, porque essas eram as comidas favoritas dela", acrescenta.

O proprietário do cemitério, Sinh, conta que as pessoas achavam que ele era louco por abrir esse tipo de lugar em um país onde carne de cachorro e de gato é, às vezes, oferecida como itens de menu em muitos restaurantes.

Embora os cães e gatos agora sejam mais tratados como animais de estimação no Vietnã, não é incomum ver cães confinados em jaulas para serem comprados para virar comida, ou certas partes de animais vendidas ilicitamente, como chifre de rinoceronte, ou escamas de pangolim usadas na medicina tradicional oriental.

Sinh, um ex-soldado cujo cachorro o acompanhou nas batalhas durante a Guerra do Vietnã, espera que o cemitério de pets ajude as pessoas a verem os animais sob uma nova luz - e que elas espalhem uma mensagem de bondade em relação a estes bichinhos.

"Animais e humanos são iguais", enfatiza.

"Quando você ama um animal, você jamais será cruel com um ser humano", conclui.


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