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Estado de Minas

Em meio a críticas, Trump consola vítimas de ataques a tiros nos EUA


postado em 07/08/2019 18:49

Após dois ataques a tiros em massa no fim de semana nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump visitou nesta quarta-feira (7) Dayton, Ohio, e El Paso, no Texas, para consolar as vítimas, em meio a protestos que denunciam sua retórica anti-imigração e o acusam de estimular a violência.

Trump foi alvo de críticas desde os dois massacres que deixaram 22 mortos em um Walmart de El Paso - cidade de população majoritariamente latina, na fronteira com o México - e outros nove em Dayton.

Em El Paso, onde onde oito das vítimas fatais são mexicanas, desde o meio-dia várias organizações convocaram um protesto, sob o lema "El Paso firme".

"O presidente Trump não é bem-vindo em El Paso e sua narrativa sobre imigrantes e centro-americanos não deveria ser bem-vinda de lado nenhum", disseram convocantes em relação aos discursos do presidente, em que se refere aos migrantes sem documentação como uma "invasão".

Mais cedo, em Dayton, o presidente e a primeira-dama, Melania, visitaram os pacientes e a equipe médica do hospital Miami Valley, informou a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham.

"Deus está vendo. Quero que saibam que estamos com vocês em todo esse caminho", disse Trump aos sobreviventes, segundo Grisham.

Ele era esperado no local por dezenas de pessoas com cartazes que diziam "Faça algo". Manifestantes inflaram um boneco de um Trump bebê, de fralda, escrito "Deixe de ser um bebê e enfrente a NRA", referindo-se à Associação Nacional do Rifle, que defende o porte de armas.

Outros manifestantes estiveram no local para apoiar Trump, uma mostra do dividido panorama dos Estados Unidos um ano antes das eleições presidenciais.

- 'Língua tóxica' -

Antes de decolar rumo a Dayton, Trump disse que sua "retórica" une as pessoas.

Mas os opositores de Trump lhe criticam por inspirar o ódio contra os imigrantes do agressor de El Paso e pelo clima de tensão no país, devido aos discursos inflamados contra imigrantes.

O ex-vice-presidente Joe Biden, favorito para ser indicado pelos democratas para concorrer com Trump em 2020, acusou o mandatário de "acender a chama do supremacismo branco".

"Temos um presidente com uma língua tóxica que abraçou publicamente e sem se desculpar o ódio, o racismo e a divisão como estratégia política", afirmou.

Trump defendeu, na terça, ser "a pessoa menos racista", mas em seus discursos e tuítes de campanha repetiu a ideia de que a fronteira com o México sofre uma "invasão". Em maio, o presidente riu e fez piadas quando um de seus partidários gritou que deveriam "disparar" contra imigrantes em situação irregular.

Trump também lançou uma campanha dura contra deputados democratas pertencentes a minorias.

O atirador de El Paso, um homem branco de 21 anos que foi preso com vida, publicou um manifesto no qual garantiu que o ataque era "uma resposta à invasão latina do Texas".

- Controle maior -

Trump e seus opositores concordam em classificar os dois ataques como atos de "terrorismo".

Os massacres perpetrados por atiradores que agem sozinhos são habituais nos Estados Unidos, onde as armas são facilmente obtidas legalmente.

Os defensores mais ferrenhos do direito ao porte de armas defendem, há muito tempo, que as tragédias são apenas eventos aleatórios.

Em um discurso na segunda, Trump afirmou que o "racismo, a intolerância e a supremacia branca" são "ideologias sinistras".

Nesta quarta, Trump disse à imprensa que tanto ele, como os líderes do Congresso apoiam uma mudança na legislação para impedir que pessoas com problemas mentais portem armas, impondo maiores controles.

Mas ele se pronunciou contra uma proibição dos rifles, como as armas semiautomáticas que foram utilizadas pelos atiradores nas matanças.

"Posso dizer-lhes que não há um apoio político para isso neste momento", disse antes de viajar a Dayton.


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