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Estado de Minas

Embalagens de cactus, alternativa mexicana ao plástico tradicional


postado em 07/08/2019 16:31

O nopal, cactus cuja abundância e múltiplos usos tradicionais o consagraram como um símbolo nacional do México, é a matéria-prima de um plástico biodegradável que ajude a diminuir a contaminação e preservar o meio ambiente.

A pesquisadora mexicana Sandra Pascoe desenvolveu este novo material feito à base do suco da planta, com o qual é possível fabricar objetos como embalagens descartáveis que não contaminem o ambiente.

"Tiro a espinha e submeto a polpa à prensagem para obter este suco, e o suco é o que eu uso", disse à AFP a pesquisadora da Universidade do Vale de Atemajac em Guadalajara, no estado de Jalisco (oeste).

Esta substância é misturada depois a aditivos não tóxicos para obter o plástico.

Pascoe costuma adquirir os cactus para seus testes em San Esteban, pequeno povoado nos arredores de Guadalajara, cercado de colinas com hortas de nopal, em que a maioria de seus 37.000 habitantes se dedicam ao cultivo da planta, presente no escudo nacional do México.

"O que fazemos é tentar focá-lo em objetos que não tenham longo tempo de vida. Estamos pensando em algum tipo de descartáveis, embalagens, esse tipo de produto que não tenha tanta durabilidade, de uso único", acrescentou.

O uso excessivo de plásticos que demoram muito tempo em se degradar motivou várias entidades do México a tomar medidas a respeito.

Em setembro de 2018, o Congresso de Jalisco aprovou uma lei para proibir que os estabelecimentos comerciais utilizassem sacolas plásticas de uso único que não sejam biodegradáveis, além de outro tipo de produtos, como canudos ou artigos descartáveis. Esta lei entrará em vigor em 2020.

Outros estados que já modificaram suas leis para proibir o uso deste tipo de plásticos (bolsas, canudinhos ou artigos de poliestireno expandido) são Baja California, Chihuahua, Sonora, Durango, Tamaulipas, assim como Veracruz, San Luis Potosí, Cidade do México e Nuevo León.

- "Um grãozinho de areia" -

Pascoe espera obter antes do fim do ano a patente do plástico para depois buscar sua produção em massa.

"Dependendo das aplicações que consigamos obter, poderia haver uma transferência de tecnologia para alguma empresa que esteja interessada na exploração do produto", disse.

Ele reconheceu que apesar de ser um material ambientalmente amigável, não é uma solução integral para deixar de contaminar o ambiente com materiais não recicláveis, pois não é tão rápido, nem factível que possam substituir todos os plásticos.

Será só "um grãozinho de areia, deve haver outro tipo de estratégias de reciclagem para evitar que vão parar no mar, no campo ou na floresta", reforçou Pascoe.

Na América Latina e no Caribe são produzidos aproximadamente 10% dos resíduos gerados em nível global, segundo dados das Nações Unidas.

Em março, os países-membros da ONU em Nairóbi, no Quênia, se comprometeram a uma "redução significativa" do plástico de uso único na próxima década, pois a cada ano são jogados nos oceanos oito milhões de toneladas deste material.


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