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Estado de Minas

OMS declara o ebola emergência de saúde mundial


postado em 17/07/2019 17:19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira o surto de ebola na República Democrática do Congo (RDC) uma "emergência de saúde pública de interesse internacional", uma denominação pouco comum que só é utilizada para as epidemias mais graves.

"É hora de que o mundo tome conhecimento", disse em um comunicado o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que aceitou o conselho de sua junta assessora de invocar as disposições de emergência utilizadas pelo organismo de saúde da ONU apenas em quatro ocasiões anteriormente.

Os anteriores foram a gripe H1N1, em 2009, a propagação do vírus da pólio em 2014, a anterior epidemia de ebola que afetou grande parte da África Ocidental (Libéria, Guiné e Serra Leoa, em particular) entre 2014 e 2016, assim como o vírus Zika, também em 2016.

No entanto, nesta ocasião, recomendou que as fronteiras da RDC não sejam fechadas.

A agência da ONU tomou sua decisão após detectar um caso fatal na segunda cidade mais importante da República Democrática do Congo (RDC), Goma, fronteiriça com Ruanda. Em junho foram apontados dois casos na vizinha Uganda.

Os especialistas do Comitê de Urgência da OMS, reunidos em Genebra desde meio-dia desta quarta-feira, expressaram sua "decepção pelos atrasos na ajuda" econômica.

"É fundamental que os Estados não utilizem o status de emergência global como desculpa para impor restrições comerciais e de traslados que poderiam ter um impacto negativo sobre a resposta (de saúde), e sobre a vida da população na região", ressaltou o professor Robert Steffen, chefe do Comitê de Urgência da OMS.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e da Meia-Lua Vermelha (IFRC) destacou que "acolhe com grande satisfação" esta decisão.

"Embora isto não mude a realidade sobre o terreno para as pessoas afetadas (...) esperamos que atraia a atenção internacional que esta crise merece", apontou a IFRC em um comunicado.

- A gota d'água, o caso de Goma -

A epidemia de ebola começou na República Democrática do Congo há quase um ano e desde então matou mais de 1.600 pessoas.

Em três ocasiões anteriores, a OMS se absteve de decretar a emergência quando ocorreram surtos nas províncias de Ituri e Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo.

Mas o surgimento de um caso na capital de Kivu do Norte, Goma, na fronteira com Ruanda, que acabou com a morte do paciente, aumentou a gravidade da crise.

Tedros qualificou nesta semana o paciente de Goma como uma "mudança potencial", porque a cidade é uma "porta de entrada" para a região dos Grandes Lagos da África e para o mundo em geral.

O paciente de Goma foi descrito como um pregador evangélico que havia viajado da cidade até Butembo, um dos povoados mais afetados pelo ebola.

Segundo foi informado, havia tocado em vários pacientes de ebola e ocultado sua identidade para evitar os controles de saúde enquanto se dirigia a Goma.

O comitê de emergência citou o paciente como "motivo específico de preocupação".

"Há sinais preocupantes de uma possível extensão da epidemia. Apesar das melhoras significativas em muitos lugares, existe preocupação sobre a propagação potencial de Goma", disse.

Goma é uma cidade fronteiriça de aproximadamente um milhão de habitantes situada na margem norte do lago Kivu, junto com a cidade ruandesa de Gisenyi.

Tem um porto que conecta com Bukavu e com a província de Kivu do Sul e um aeroporto com voos para Kinshasa, a capital de Uganda, Entebbe, e Adis Abeba, a capital de Etiópia.

Nesta quarta-feira, na passagem Goma-Gisenyi, pedia-se por megafone a todos os viajantes que lavassem as mãos "para prevenir o vírus da doença do ebola", usando recipientes de água com água sanitária adicionada.


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