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Estado de Minas

Trump destaca 'excelente' reunião com Xi que selou trégua na guerra comercial


postado em 29/06/2019 21:25

O presidente americano, Donald Trump, afirmou neste domingo (noite de sábado, 29, no Brasil) que as conversas com seu contraparte chinês, Xi Jinping, foram "muito melhores que o esperado" e se comprometeu a não adotar novas tarifas alfandegárias enquanto continuarem as negociações.

Trump e Xi acordaram relançar as negociações comerciais após uma reunião entre os dois chefes de Estado no último dia da Cúpula do G20 em Osaka (Japão), marcada pelo enfrentamento entre as duas grandes potências econômicas.

Já na saída deste esperado encontro com Xi, o presidente americano havia afirmado que os dois tinham mantido uma reunião "muito boa". "Eu diria excelente", acrescentou.

Em uma série de mensagens no Twitter, Trump afirmou que "a qualidade das transações é muito mais importante para mim do que a velocidade, e as coisas se alinham muito bem!"

De acordo com Trump, as conversas "foram muito melhores que o esperado. Abrimos negociações novamente com a China e a nossa relação com eles continua sendo muito boa".

Em um de seus tuítes no domingo, Trump assegurou que em consequência de sua conversa com Xi, a China acordou "comprar uma enorme quantidade de produtos agrícolas" americanos.

O presidente também apontou, seu dar detalhes, à possibilidade de suavizar o veto ao gigante tecnológico chinês Huawei, um ponto sensível na relação comercial entre as duas potências, mas sem deixar claro se se trata de uma guinada em sua política nesta questão até agora.

A trégua é similar à declarada pelos dois mandatários no G20 do ano passado em Buenos Aires, apesar de que meses depois foi retomada a guerra comercial.

- UE-Mercosul, antídoto ao protecionismo -

Quase no mesmo momento em que Xi e Trump estavam reunidos, os líderes da União Europeia (UE) e do Mercosul fizeram uma declaração solene após o acordo anunciado na sexta-feira em Bruxelas para um ambicioso tratado comercial entre os blocos, após 20 anos de negociações.

"É uma das poucas boas notícias que tivemos em meses, no que todos acreditamos que é interconectar mais estas economias", afirmou o presidente argentino Mauricio Macri, ao lado do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Também estavam presentes o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, entre outros, em uma demonstração de unidade e da aposta no multilateralismo ante o protecionismo defendido por Trump.

A ratificação do acordo será complexa, no entanto, porque exige a aprovação dos países membros da UE, cujos agricultores, em particular os franceses, são reticentes à entrada de produtos sul-americanos.

A diretora do principal sindicato agrícola francês (FNSEA), Christiane Lambert, chamou o acordo de "inaceitável.

- Difícil acordo sobre o clima -

A questão comercial não foi a única a esbarrar em visões divergentes. Como havia acontecido em 2018 na reunião de Buenos Aires, 19 dos 20 países membros do G20, sem a assinatura dos Estados Unidos, reafirmaram neste sábado, no comunicado final, o compromisso para aplicar o Acordo de Paris e lutar contra a mudança climática.

Os signatários recordam a "irreversibilidade" do acordo, em uma declaração final similar a do G20 do ano passado, mas que enfrentou a oposição de Washington.

Se há alguns anos o tradicional comunicado final era uma questão meramente protocolar, com textos que sempre defendiam o multilateralismo e a luta contra a mudança climática, com a chegada de Trump ao poder se tornou um campo de batalha.

Neste sentido, os analistas apontam que o fórum, criado emn 2008 para dar uma resposta à crise mundial, foi desvirtuado pelos interesses de cada país, uma situação simbolizada por Donald Trump com sua série ininterrupta de encontros bilaterais com líderes de todo o mundo.

O presidente americano voltou a ser o protagonista absoluto do G20, com reuniões com o presidente russo Vladimir Putin, o brasileiro Jair Bolsonaro ou o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman.

Trump também anunciou de modo surpreendente neste sábado uma proposta ao líder norte-coreano Kim Jong Un para uma reunião com ele na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide as duas Coreias, aproveitando sua visita a Seul.

A respeito do príncipe saudita, declarou que ele faz "um trabalho espetacular". Trump disse que o assassinato do jornalista opositor Jamal Khasoggi o deixou "extremamente irritado", mas completou que "ninguém" considera Mohamed bin Salman responsável.

A declaração contrasta com um relatório recente da ONU, que que afirma ser "inconcebível" que o príncipe herdeiro não estivesse a par da operação que terminou com o assassinato do jornalista no consulado saudita em Istambul (Turquia).

Além do Mercosul, a agenda latino-americana em Osaka também foi marcada por uma reunião do Grupo de Lima, que voltou a criticar o "regime ilegítimo" de Nicolás Maduro na Venezuela e pediu uma mobilização internacional para ajudar os venezuelanos.


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