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Estado de Minas

Teerã alerta Trump sobre 'ilusão de uma guerra curta'


postado em 27/06/2019 14:05

A troca de declarações fortes continua entre Teerã e Washington: o Irã advertiu nesta quinta-feira Donald Trump quanto a "ilusão" de uma "guerra curta" contra a República Islâmica, em resposta às declarações do presidente dos Estados Unidos.

Em Viena, na véspera de uma reunião sobre o acordo nuclear iraniano alcançado na capital austríaca em 2015, um diplomata disse que as reservas de urânio enriquecido do Irã não deverão exceder nesta quinta o limite estabelecido pelo texto, ao contrário do que havia anunciado Teerã.

A ideia de uma "'guerra curta' com o Irã é uma ilusão", escreveu, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores Mohammad Javad Zarif, em uma mensagem no Twitter destinada, segundo ele, corrigir algumas "ideias equivocadas" do presidente americano que "ameaçam a paz".

A tensão entre os Estados Unidos e a República Islâmica aumentou há cerca de dois meses com incidentes no Golfo e temores relacionado ao Acordo de Viena, ameaçado desde que os Estados Unidos se retiraram em maio de 2018.

Um novo pico foi atingido quando o Irã abateu um drone americano em 20 de junho, após uma série de ataques de origens desconhecidas contra petroleiros atribuídos por Washington a Teerã, que nega qualquer envolvimento.

Nestas circunstâncias extremas, Trump citou na quarta-feira a possibilidade de uma curta guerra contra Teerã.

"Estamos em uma posição muito forte e não duraria muito tempo, posso lhe dizer", assegurou. "E eu não falo sobre tropas terrestres".

- "Principal inimigo" -

De acordo com a agência oficial de notícias Irna, o presidente iraniano, Hassan Rohani, disse a seu colega francês Emmanuel Macron que o Irã não busca a guerra "com qualquer país", nem mesmo com os Estados Unidos.

No entanto, Teerã não tem poupado advertência.

Em Teerã, o funeral público de quase "150 mártires" que morreram durante a guerra Irã-Iraque ou na Síria, serviu de ocasião às autoridades para exaltar a "resistência" ao "principal inimigo": os Estados Unidos.

Dirigindo-se à multidão, o chefe da Autoridade Judiciária, Ebrahim Raeesi, falou do incidente envolvendo o drone americano.

"A mão abençoada que atacou o drone americano confirmou que, para resistir ao inimigo, a República Islâmica não hesita", disse.

A crise entre os Estados Unidos e o Irã deverá ocupar a agenda da cúpula do G20 no Japão.

Enquanto isso, representantes dos Estados ainda participantes do Acordo de Viena (Alemanha, China, França, Grã-Bretanha, Irã e Rússia) vão se reunir na sexta-feira na capital austríaca para discutir a implementação do texto. Há semanas os europeus têm pressionado o Irã a manter seus compromissos.

A retirada dos Estados Unidos do acordo levou ao restabelecimento de sanções econômicas punitivas, que sufocam a economia iraniana e privam Teerã dos benefícios que esperava do pacto.

Por meio do Acordo de Viena, Teerã prometeu jamais adquirir armas nucleares e limitar drasticamente seu programa nuclear em troca do levantamento parcial das sanções internacionais.

Em resposta ao retorno das sanções, Teerã anunciou em 8 de maio sua intenção de abandonar gradualmente seus compromissos se os europeus, russos e chineses não ajudarem a contornar as medidas americanas.


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