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Estado de Minas

Trump anuncia 'sanções incisivas' contra líder supremo e dirigentes do Irã


postado em 25/06/2019 02:07

O governo dos Estados Unidos impôs na segunda-feira sanções "incisivas" contra o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e a cúpula militar da República Islâmica, aumentado a pressão contra o país que ameaçou com a "destruição" se optar pela guerra.

O presidente Donald Trump assinou as sanções econômicas no Salão Oval, um medida que classificou como "uma resposta forte e proporcional às ações provocadoras do Irã".

Acrescentou que a resposta do Irã determinará se as sanções terminam amanhã ou se vão durar "anos". "Nunca o Irã poderá ter uma arma nuclear", repetiu.

Já o Tesouro americano anunciou o bloqueio de "bilhões de dólares" em ativos iranianos, assim como a inclusão em sua lista negra do ministro de Exteriores, Mohamed Javad Zarif, na qual constam também os nomes de oito comandantes da Guarda Revolucionária do país, o corpo militar ideológico do regime.

O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Moussavi, escreveu no Twitter nesta terça-feira que a "imposição de sanções estéreis contra o guia supremo do Irã e o chefe da diplomacia iraniana fecham de forma permanente a via diplomática" com o governo de Trump.

O Conselho de Segurança da ONU emitiu uma declaração unânime na qual pede o diálogo e medidas para apaziguar as tensões no Golfo, além de condenar os recentes ataques contra petroleiros no estreito de Ormuz, uma ameaça ao fornecimento mundial de petróleo e à paz e à segurança internacionais.

O embaixador iraniano junto à ONU, Majid Takht Ravanchi, declarou na segunda-feira que "para atenuar as tensões" Washington deve deter "sua guerra econômica contra o povo iraniano".

Ao ter conhecimento das medidas de Trump, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, considerou que o exército americano não tem o que fazer no Golfo.

Donald Trump "tem 100% de razão no fato de que o exército americano não tem o que fazer no Golfo Pérsico", escreveu Mohammad Javad Zarif em um tuíte no qual fez alusão explícita a estas sanções.

"A retirada de suas forças é perfeitamente conforme os interesses dos Estados Unidos e do mundo", acrescentou Zarif, que, segundo os Estados Unidos, será afetado pessoalmente esta semana por novas sanções americanas.

A tensão entre Washington e Teerã, sem relações diplomáticas desde 1980, se intensificou na quinta-feira passada com a destruição de um drone americano por um míssil iraniano no Golfo.

"Realmente há alguma sanção que os Estados Unidos não tenham imposto ao nosso país recentemente ou nos últimos 40 anos?", perguntou o porta-voz da chancelaria iraniana, Abbas Mousavi. "Acreditamos que não terão nenhum impacto", acrescentou.

Em meio a este clima de tensão, Reino Unido, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos solicitaram a busca por "soluções diplomáticas" para reduzir a espiral de conflito com o Irã.

Aliado de Teerã, a Rússia classificou como "ilegais" as sanções prometidas por Trump.

- Mensagens ambíguas -

Trump tem sido criticado nos Estados Unidos por suas mensagens ambíguas enviadas ao Irã. Apesar disso, o presidente garante que tem uma estratégia clara que rompe com a política americana do passado no Oriente Médio.

Através do Twitter, Trump reafirmou suas condições para o Irã: "Sem armas nucleares, sem mais apoio ao terrorismo!". Na véspera, numa entrevista à rede NBC, ameaçou destruir o Irã se os líderes do país optassem pela guerra.

Teerã assinou em 2015 um pacto com as potências no qual se comprometia a usar a energia nuclear apenas para uso civil. Mas Trump decidiu retirar os EUA do acordo no ano passado por considerá-lo "péssimo".

O governo do Irã divulgou que não está desenvolvendo nenhum programa de armas nucleares.

Apesar da escalada, Trump insiste que não deseja uma guerra e que regularmente envia mensagens para iniciar negociações com Teerã.

Ainda assim, garante que Washington é mais livre do que no passado porque sua produção de energia o libera da dependência do petróleo do Oriente Médio.

Isto significa que os Estados Unidos já não devem ser vistos como protetores das rotas marítimas do Golfo, onde no último mês vários navios-tanque, nenhum deles americano, sofreram ataques pelos quais Washington culpa Teerã.

Trump apelou aos países importadores de petróleo para protegerem seus interesses estreito de Ormuz e usou do fogo-amigo ao afirmar que não entende o motivo dos Estados Unidos serem os responsáveis pela segurança nessa região "sem receber nada" por isso.

Até agora, a tática do morde-assopra usada por Trump contra o Irã não parece dar resultado.

"As afirmações dos Estados Unidos de que estão abertos para uma negociação incondicional não são aceitáveis com a manutenção das ameaças e sanções", publicou no Twitter Hesamodin Ashna, assessor do presidente de Irã, Hasan Rohani.

- Diplomacia internacional -

A disputa surge de uma complexa rede de rivalidades regionais, com aliados dos Estados Unidos, como Arábia Saudita e Israel, que há muito tempo pressiona que Washington para agir com mais dureza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu que faria de "tudo" para evitar que o Irã obtenha um arsenal nuclear. Especula-se que Israel possui armas nucleares não declaradas.

Trump enviou o secretário de Estado, Mike Pompeo, à Arábia Saudita, o principal inimigo regional do Irã, para construir o que chamou de "coalizão global" contra a República Islâmica.

O sultanato de Omã garantiu de que as informações sobre sua participação como canal de comunicação entre os Estados Unidos e Irã após o incidente com o drone na semana passada "não eram certas", mas pediu aos dois países a "mostrar autocontrole e resolver os problemas pendentes através do diálogo".

Apesar de Trump afirmar ter cancelado num último instante ataques de represália pela queda do drone, a imprensa americana informou que os Estados Unidos lançaram um ataque cibernético contra os sistemas de controle de mísseis e de uma rede de espionagem iranianos.


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