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Estado de Minas

Trump lançará campanha na 'Disneylândia' dos aposentados republicanos na Flórida


postado em 18/06/2019 15:27

Ronald, Don e John vivem na "Disneylândia" dos aposentados republicanos na Flórida, uma cidade projetada para a terceira idade, onde as ruas têm vaga para carros de golfe e os moradores têm tempo de sobra para fazer campanha para seu presidente Donald Trump.

The Villages é uma cidade no centro da Flórida de cerca de 75.000 habitantes com idade média de 71 anos - republicanos, em sua maioria.

Lá, em uma tarde dessas, cinco aposentados pró-Trump revisam as listas das pessoas que se mudaram para a cidade nos últimos meses, para convidá-las a se somarem aos clubes republicanos.

Uma hora de carro ao sul, em Orlando, Trump lançará sua campanha para a reeleição, nesta terça-feira (18).

"Estamos muito orgulhosos", disse Ronald McMahan, vice-presidente de um desses clubes, à AFP.

"Temos orgulho de sermos republicanos, de estarmos rodeados de outros republicanos e de que Trump tenha decidido lançar sua campanha aqui", afirmou.

Sua decisão não foi casual. Trump precisa repetir sua vitória na Flórida, se quiser prolongar sua estada na Casa Branca em 2020.

"O presidente vem aqui, porque sabe que este estado é um ponto de inflexão", disse à AFP o senador republicano Dennis Baxley, que se identifica como "provavelmente o mais conservador" da Legislatura estadual.

Com 14 milhões de eleitores, a Flórida é um "swing state" - como são chamados os estados sem direção política definida - e costuma deixar o país em suspense com votações apertadas.

Tão apertadas que, nas eleições de meio de mandato de 2018 ("midterms"), três importantes cargos estaduais tiveram de ter seus votos recontados.

Por isso, sentados junto com McMahan, John Black e Don Eaton escrevem dezenas de envelopes com convites.

Ambos dizem com entusiasmo que The Villages é a "Disneylândia", uma metáfora para descrevê-la como "o lugar mais feliz da Terra" para os aposentados republicanos que chegam de todos os cantos do país.

"Quando a campanha começar de verdade e soubermos quem estará na oposição, o presidente poderá contar aqui com um grande grupo que o ajudará a ganhar a Flórida mais uma vez", prometeu Eaton.

- Religião, trabalho e família -

"Eles compartilham alguns valores primordiais que eu tento proteger", disse Baxley, que representa o distrito, ao qual pertencem as comunidades de aposentados do centro da Flórida.

"Protegemos coisas como fé, família, liberdade, oportunidades e a própria vida", explicou.

"Acreditamos na excepcionalidade americana", completou Baxley, acrescentando que "interessa a eles preservá-la".

Estes aposentados são impermeáveis às críticas que Trump recebe sobre sua suposta simpatia em relação à supremacia racial e a sua aparente obstrução de Justiça no caso russo.

São todas "fake news", garantem.

"Eu sei que algumas pessoas ficam desconfortáveis com a natureza às vezes abrasiva de Trump", comentou McMahan, de 72 anos.

"Mas precisamos de alguém que não seja tão correto, tão gentil, e diga as coisas como elas são", insistiu.

Na quarta-feira passada, Trump publicou um tuíte, celebrando o fato de ter recebido 74.000 pedidos de ingresso para o Amway Center, o anfiteatro em Orlando com capacidade para 20.000 pessoas onde anunciará sua candidatura.

Orlando, assim como as outras grandes cidades da Flórida, é uma ilha democrata em meio a um mar vermelho - cor que identifica o Partido Republicano, em oposição ao azul dos adversários.

Nesta região, coincidem as comunidades de aposentados e a migração porto-riquenha, que despreza Trump por sua resposta ao devastador furacão Maria.

- 'Já ouvimos isso' -

Embora Trump seja impopular entre os hispânicos em nível nacional por seu gerenciamento da crise migratória, os que moram no sul da Flórida - em particular - sentem bastante simpatia por ele.

Em sua maioria, são cubanos que votarão a favor do candidato que promete linha dura contra qualquer governo de esquerda da América Latina.

E, no último ano, Trump cortejou com sucesso este grupo, ao qual venezuelanos e nicaraguenses se somaram desde que o presidente endureceu as sanções contra os governos de Havana, Caracas e Manágua.

Diante deste panorama, o Partido Democrata terá de nadar rio acima para reverter os resultados das últimas eleições.

Para isso, o ex-candidato a governador Andrew Gillum, derrotado pelo rival republicano por cerca de 33.000 votos no ano passado, lidera um enorme operação para recrutar um milhão de eleitores no estado.

Segundo o ex-senador democrata pela Flórida Bill Nelson - que também perdeu por pouco -, apenas o pré-candidato democrata Joe Biden pode fazer este trabalho.

"Joe Biden vai derrotar Trump na Flórida", comentou, em entrevista à ABC News. "Mais do que nunca, os democratas precisam de um candidato que derrote Trump", declarou.

Uma pesquisa da Quinnipiac de março mostrou que Biden venceria Trump na Flórida, por 49-35. E, esta semana, a mesma universidade divulgou outro estudo, segundo o qual Biden abre 13 pontos em relação a Trump, em nível nacional.

"Sim, ouvimos isso da última vez", ironizou Don Eaton. "E as pesquisas estavam tão, mas tão erradas..!", completou.


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