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Estado de Minas

OIT celebra centenário com Macron, Merkel e Medvedev


postado em 08/06/2019 13:51

Nascida depois da Primeira Guerra Mundial, em 1919, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a única remanescente da criação do Tratado de Versalhes e, apesar de sua idade, mantém-se atualizada, discutindo temas como assédio e robótica.

Em sua conferência anual, que começa na segunda-feira (10) em Genebra, a entidade se concentrará em dois documentos centrais: uma Convenção sobre o Assédio em Ambientes de Trabalho e uma Declaração sobre o futuro do trabalho à luz de desafios como mudança climática e novas tecnologias.

As reuniões se estendem até 21 de junho e serão abertas pelo presidente da entidade, o britânico Guy Ryder.

Vários chefes de Estado farão discursos na cerimônia pelo centenário da entidade.

No dia 11, está prevista a presença do presidente da França, Emmanuel Macron; da chanceler alemã, Angela Merkel; e do primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev.

Também são esperados os presidentes da Guiné Equatorial, da Colômbia e do Iraque, assim como o secretário-geral da ONU, o português António Guterres.

Órgão que reúne governos, empresas e sindicatos, a OIT espera cerca de 5.700 delegados de 187 Estados-membros para estas cerimônias.

"Adoraria que fosse um momento de festa, mas tenho minhas dúvidas. As negociações serão muito duras", disse Ryder à imprensa, destacando, em particular, as reservas do setor empresarial quanto à Convenção sobre assédio.

- Iniciativa de Roosevelt -

Assim como a Liga das Nações, antecessora da ONU, a OIT foi criada sob a égide do Tratado de Versalhes. Ao contrário da Liga das Nações, porém, esta organização sobreviveu à Segunda Guerra Mundial pelo papel desempenhado pelos Estados Unidos.

Embora os EUA nunca tenham pertencido à Liga das Nações, o país deu pleno apoio à OIT, à qual se integrou em 1934, pouco depois da retirada da Alemanha de Adolf Hitler.

Esta decisão foi iniciativa direta do presidente Franklin Roosevelt, que havia lançado seu "New Deal", um ambicioso programa de reformas e de obras públicas para tirar o país da recessão.

De acordo com a historiadora Dorothea Hoehkter, do Departamento de Pesquisas da OIT, os objetivos de Roosevelt coincidiam "perfeitamente com o que a organização buscava".

Em 1939, o americano John Winant assumiu a direção da OIT, quando a Segunda Guerra Mundial já era iminente. Para evitar que a organização se transformasse em um instrumento de Estados totalitários, transferiu a sede para Montreal. Finalmente, após a guerra, a OIT voltou para Genebra e foi incorporada à ONU.

- Assédio no local de trabalho -

Mais de 70 anos depois, a organização criada com a ideia de que "uma paz duradoura" poderia ser obtida apenas com base na "justiça social" continua atenta aos temas mais urgentes.

No ano passado, representantes de governos, empresas e sindicatos iniciaram negociações sobre uma Convenção vinculante para os países signatários sobre violência e assédio em ambientes de trabalho. A OIT espera finalizar esse processo nos próximos dias.

Ryder destaca a "extrema importância desse tema", mas admite que as divergências persistem, especialmente na definição de assédio e dos grupos que seriam mais vulneráveis.

Também na conferência, a "Declaração do Centenário" deve estabelecer as prioridades no futuro do trabalho diante dos desafios representados pelas novas tecnologias, pela mudança climática, pelo envelhecimento da população em países desenvolvidos, pelas migração e pela globalização, completou Ryder.


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