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Estado de Minas

Rei belga consulta a extrema-direita sobre o futuro governo


postado em 29/05/2019 08:19

O rei Philippe da Bélgica recebeu nesta quarta-feira o líder do partido de extrema-direita Vlaams Belang (Interesse Flamengo) como parte das consultas a respeito da formação de um novo governo, algo inédito desde 1936, informou a Casa Real.

O encontro anunciado pelo gabinete do monarca, que se recusou a fazer qualquer comentário adicional, aconteceu depois que o partido de extrema-direita passou de três a 18 cadeiras no Parlamento (150 no total) nas eleições de domingo.

"É o mais normal do mundo que o chefe de Estado convide o vencedor das eleições", afirmou na chegada ao palácio o líder do Vlaams Belang, Tom Van Grieken, 32 anos, que se recusou a "chamar de especial algo normal".

O Vlaams Blok (Bloco Flamengo), formação predecessora do Vlaams Belang, obteve o mesmo número de cadeiras nas eleições legislativas de 2003, mas o então rei Albert II não incluiu o partido na fase de consultas.

"Apenas a ideia de ver o Vlaams Belang chegar ao palácio me dá calafrios, mas, observando o resultado democrático em Flandres, ninguém vai opor-se a que o rei o receba", comentou Maxime Prévot, líder dos democrata-cristãos francófonos (CDH).

Para o cientista político Vincent Laborderie, a recepção a Van Grieken "é uma mensagem enviada tanto aos eleitores flamengos como à opinião pública em geral para dizer que leva em consideração os resultados das eleições".

"A verdadeira ruptura seria incluí-los no governo. Isto não vai acontecer", disse à AFP o professor da Universidade Católica de Louvain.

Ao final da primeira fase de consultas com os presidentes de partidos, o rei Philippe deve nomear um "mediador" para explorar as possibilidades de formação de um governo.

Além do avanço da extrema-direita na região de Flandres, as eleições de domingo também foram marcados pelos bons resultados dos ecologistas e da esquerda radical nas circunscrições de língua francesa.

O N-VA, maior partido do país, perdeu oito cadeiras no Parlamento e agora tem 25 representante. Os socialistas francófonos retrocederam de 23 para 20.

A fragmentação política belga antecipa longas negociações para um futuro governo na Bélgica, que entre 2010 e 2011 demoraram 541 dias.


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