O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado (18) que Turquia e Rússia vão produzir, em parceria, sistemas S-500 de defesa antiaérea e antibalística, depois da polêmica compra - por parte de Ancara - de mísseis antiaéreos S-400 de Moscou.
O acordo sobre a compra destes últimos pôs em teste as já tensas relações com os Estados Unidos.
Washington advertiu os turcos, em repetidas ocasiões, sobre os riscos de sanções envolvendo esta compra.
A Turquia "não dará, de modo algum, um passo atrás na compra dos S-400. É um negócio fechado", disse Erdogan, em Istambul.
"Haverá uma produção conjunta de S-500, depois dos S-400", afirmou o presidente turco, diante de um auditório de jovens.
Os Estados Unidos afirmam que o acordo entre Rússia e Turquia, país-membro da OTAN, é uma ameaça para a defesa do Ocidente. Washington disse a Ancara para escolher entre os sistemas de defesa russos e os aviões de combate americanos F-35, os quais os turcos pretendem adquirir 100 unidades.
No início de abril, os EUA suspenderam as entregas de equipamentos de terra vinculados ao uso dos F-35, um aparelho concebido para se comunicar em tempo real com os sistemas militares da OTAN, incluindo os de defesa antiaérea e antimísseis.
Erdogan insistiu em sua vontade de adquirir o sistema russo S-400.
Os americanos temem que a tecnologia dos S-400 sirva para coletar dados tecnológicos sobre os aviões militares da OTAN e que a Rússia possa ter acesso a eles.
Segundo Erdogan, estudos técnicos feitos pela Turquia mostram que os S-400 e os F-35 são compatíveis.