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Estado de Minas

EUA e Rússia discutem progresso na relação bilateral


postado em 14/05/2019 19:15

Rússia e Estados Unidos manifestaram nesta terça-feira sua esperança de melhorar as relações bilaterais, após um encontro entre o presidente Vladimir Putin e o secretário americano de Estado, Mike Pompeo.

Na 'dacha' de Putin na cidade de Sochi, no Mar Negro, Pompeo se tornou o mais alto funcionário dos EUA a se reunir com o líder russo nos últimos dez meses.

"Quero muito que sua visita beneficie as relações entre Rússia e Estados Unidos e promova o desenvolvimento", disse Putin a Pompeo ao chegar à sala de conferências.

Putin elogiou a investigação do procurador-especial americano Robert Mueller, apesar de sua conclusão de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 a favor do candidato Donald Trump, especialmente mediante manipulação das redes sociais.

A investigação concluiu que não houve conluio entre o pessoal da campanha de Trump e os russos.

"Apesar da natureza exótica da comissão dos senhor Mueller, em geral se realizou uma investigação bastante objetiva, que confirmou que não houve conluio entre a administração dos Estados Unidos e a Rússia", disse Putin.

Em conversa com o chanceler russo, Serguéi Lavrov, antes do encontro com Putin, o secretário de Estado advertiu a Rússia para permanecer à margem das eleições do próximo ano nos EUA.

"A interferência nas eleições americanas é inaceitável. Se a Rússia fizer isto em 2020, colocará nossas relações no pior lugar" possível, declarou Pompeo.

"Disse que há coisas que a Rússia pode fazer para demonstrar que este tipo de atividade é coisa do passado, e espero que aproveitem esta oportunidade".

Além da ingerência nas eleições, Rússia e Estados Unidos têm divergências sobre a situação na Venezuela, tratados de desarmamento e o Irã, entre diversos outros temas.

"Estou aqui porque o presidente Trump está determinado a melhorar esse relacionamento", declarou Pompeo após o encontro com Lavrov.

"Temos diferenças [...], mas não precisamos ser adversários em todas as questões", acrescentou, na esperança de "estabilizar as relações e retornar a um caminho que não seja bom apenas para os dois países, mas também para o mundo".

"Acho que é hora de começar a construir um modelo novo, mais responsável e construtivo", disse Lavrov, por sua vez, pedindo "propostas concretas para tirar as relações russo-americanas de um triste estado".

- Pressão máxima -

A Casa Branca espera que o fim da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre uma suposta interferência russa a favor de Trump nas eleições americana permita superar o atual estado glacial das relações entre os países.

Há quase dois meses, o procurador apresentou o relatório que afirma que em 2016 aconteceu uma interferência russa na eleição presidencial americana, mas não um conivência entre a equipe do então candidato Trump e Moscou.

A investigação marcou a primeira metade do mandato de Donald Trump. No início do mês, o presidente americano afirmou que teve uma conversa telefônica "muito positiva", de mais de uma hora, com Vladimir Putin.

Trump, em geral disposto a desafiar Putin, afirmou que este último assegurou que Moscou não está envolvido na Venezuela, ao contrário do que afirmam Pompeo e outros funcionários da administração americana, que pediram a Rússia que deixe de apoiar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

A visita de Pompeo coincide com as acusações dos EUA de que o Irã prepara "ataques" contra seus interesses no Oriente Médio.

Os Estados Unidos posicionaram um porta-aviões, um navio de guerra, bem como bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot na região.

"Uma política de máxima pressão [...] nunca dá resultados", alertou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta terça-feira.

"Isso não encoraja um país a ser conciliador", acrescentou.

A Rússia, como os países europeus, é a favor de manter o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, do qual os Estados Unidos se retiraram.

O Irã decidiu, por sua vez, suspender parte dos compromissos desse acordo.

Pompeo se encontrou na segunda-feira com vários líderes europeus, que alertaram sobre o risco de um conflito "por acidente".

O medo de uma escalada no Golfo aumentou com atos de sabotagem, dos quais os detalhes são desconhecidos, contra três petroleiros e um cargueiro neste final de semana na costa dos Emirados Árabes Unidos.

- Armas hipersônicas -

Nas últimas semanas, a tensão também aumentou devido à situação na Venezuela, onde ambas as potências acusam umas às outras de interferência.

A Rússia continua sendo uma aliada do presidente Nicolás Maduro, a quem ele entrega armas, enquanto os Estados Unidos apóiam o líder da oposição Juan Guaidó.

O desarmamento é outro motivo de atrito.

Recentemente, os Estados Unidos e a Rússia decidiram abandonar um tratado da época da Guerra Fria que proibia mísseis terra-terra de tamanho entre 500 e 5.500 quilômetros.

A Rússia e os Estados Unidos estão negociando o próximo tratado de controle de armas nucleares Start, porque o atual termina em 2021 e Trump quer incluir a China.

O presidente russo, que constantemente elogia as novas capacidades de seu exército, visitará nesta terça, antes de receber Pompeo, o maior centro de testes nucleares da aviação russa, para participar, segundo o Kremlin, em uma demonstração de "armas promissoras".


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