Dois líderes da oposição pró-russa em Montenegro foram condenados nesta quinta-feira a cinco anos de prisão por um misterioso "golpe de Estado" que as autoridades deste país afirmam ter frustrado em outubro de 2016.
Além de Andrija Mandic, de 54 anos, e Milan Knezevic, 39, doze outros réus, incluindo dois russos julgado à revelia, foram condenados a penas de prisão que variam entre um ano e meio a 15 anos de prisão.
"O objetivo dessa organização era evitar que Montenegro aderisse à Otan", afirmou a juíza Suzana Mugosa ao ler o veredicto.
Andrija Mandic e Milan Knezevic não estavam presentes para ouvir a sentença proferida em um tribunal de Podgorica, onde a segurança foi reforçada.
Seu partido, a Frente Democrática, advertiu que a condenação de seus responsáveis poderia "desestabilizar irreparavelmente o Montenegro".
Segundo a juíza Mugosa, os acusados são "todos culpados" de formar um grupo criminoso cujo objetivo era derrubar o governo pró-ocidental na noite das eleições legislativas.
Procuravam participar do projeto de adesão à Otan desse país independente da Sérvia desde 2006 e cujos 650.000 habitantes são predominantemente eslavos e ortodoxos.
A oposição denunciou um "julgamento político" e uma "caça às bruxas" destinada a destruir a Frente Democrática.
Esta coalizão pró-russa foi em 2016 a principal força de oposição a Milo Djukanovic e seu partido, o DPS. Um ano antes, organizaram manifestações contra a Otan marcadas pela violência.
"Mentem, inventam, criam um complô" acusando a coalizão de oposição pró-russa da "tem algo a ver com (que) falso golpe de Estado", disse Mandic a seus partidários reunidos em fevereiro de 2017, quando perdeu sua imunidade parlamentar.