O ator e ativista George Clooney disse nesta quinta-feira que a queda do presidente do Sudão, Omar al Bashir, não é suficiente e pediu o desmantelamento do sistema militar.
Clooney, que foi preso por protestar contra a guerra no Sudão em Darfur - que os Estados Unidos descreveram como genocídio -, pediu a extradição de Bashir para ser julgado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional.
"O povo do Sudão teve que esperar muito para que esse dia chegasse, mas este é apenas um primeiro passo para uma mudança real", disse Clooney em um comunicado conjunto com John Prendergast, o defensor dos direitos humanos com quem o ator fundou o Sentry Project, que investiga dinheiro ilícito e crimes de guerra na África.
Os dois dizem que o ministro da Defesa, Awad Ibnouf, que anunciou a prisão de Bashir e declarou dois anos de regime militar, é um dos que estão profundamente envolvidos na sangrenta guerra em Darfur.
"Remover o líder de um sistema violento e corrupto sem desmantelar o sistema é inadequado", disse ele.
Omar al-Bashir, que governou o Sudão com mão de ferro por 30 anos, foi derrubado nesta quinta-feira por um golpe militar após um levante popular, e substituído por um "conselho militar de transição", que dirigirá o país por dois anos.