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Estado de Minas

OMC diminui previsões e pede urgência para resolver 'tensões'


postado em 02/04/2019 10:31

A OMC lançou um apelo nesta terça-feira a resolver com urgência as "tensões" comerciais no mundo, diminuído as previsões de crescimento do comércio global de mercadorias para 2019, no momento em que China e Estados Unidos ainda não resolveram suas divergências.

Segundo os economistas da OMC, o comércio deve crescer 2,6% em 2019, em queda em comparação com os 3,0% de 2018. Os números estão bem abaixo das últimas previsões divulgadas em setembro pela Organização Mundial do Comércio, que esperava um de 3,7% para 2019 e de 3,9% para 2018.

"Se as tensões continuarem aumentando, poderemos ter um peso ainda maior na economia internacional", declarou o diretor da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, em entrevista coletiva.

A OMC luta para quantificar o impacto das tensões comerciais no comércio, mas considera que é o "principal risco" que pesa nas previsões.

Quanto ao Brexit, seus efeitos dependerão da natureza do acordo que o Reino Unido e a União Europeia vão alcançar, mas a OMC considera que deverão "ser limitados a essas duas economias".

Em 2020, o crescimento do comércio internacional deve se recuperar, a 3,0%, "desde que as tensões comerciais diminuam", adverte a OMC.

"É urgente resolver as tensões e se concentrar no estabelecimento de um caminho positivo para o comércio mundial que responda aos atuais desafios da economia", insistiu Azevêdo.

A seu ver, "o comércio não pode desempenhar plenamente o seu papel de motor do crescimento enquanto os níveis de incerteza estiverem tão elevados".

Este apelo acontece no momento em que Pequim e Washington buscam uma saída para a sua guerra comercial.

O conflito se materializou com a adoção de taxas alfandegárias punitivas recíprocas sobre centenas de bilhões de dólares em mercadorias.

- Sem vencedor -

Azevêdo disse que, no caso de uma guerra comercial, "o mundo todo vai perder porque há uma desaceleração no crescimento".

"Pode haver vencedores em alguns setores, mas o efeito líquido para os cidadãos e para a comunidade global é negativo", insistiu ele.

"Ignorando a importância fundamental do sistema de comércio baseado em regras, corremos o risco de enfraquecê-lo, o que seria um erro histórico que afetaria o emprego, o crescimento e a estabilidade no mundo", apontou.

Em 2018, a desaceleração no crescimento do comércio de mercadorias foi ampla, refletindo um declínio na demanda de importação em países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo a OMC.

Vários fatores pesaram sobre o crescimento do comércio no ano passado, acrescenta a instituição internacional, citando a introdução de novas tarifas e medidas de retaliação, além do fraco crescimento econômico global, a volatilidade dos mercados financeiros e o acirramento das condições monetárias nos países desenvolvidos.

O declínio no comércio observado foi, no entanto, "impulsionado principalmente pela Europa e Ásia", que representam respectivamente 37% e 35% das importações mundiais.

Depois de registrar um forte aumento em 2017, a Ásia teve um crescimento mais moderado no comércio em 2018. Ao mesmo tempo, as importações europeias diminuíram gradualmente.

A América do Norte é "a grande exceção a essa tendência", apontou a OMC, observando que o dinamismo da economia dos Estados Unidos contribuiu para o aumento das importações.


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