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Estado de Minas

ONU denuncia as novas leis de Brunei contra homossexuais e adúlteros

Entre as mudanças, estão a pena de morte, amputação de partes do corpo humano e apedrejamento, com base na lei islâmica


postado em 01/04/2019 10:06 / atualizado em 01/04/2019 10:39

Fachada de três dos hotéis da família do sultanato de Brunei, alvo de boicote de artistas famosos devido à imposição da nova lei contra homossexualidade e adultério(foto: Frederic J. BROWN, Fred DUFOUR, Ben STANSALL, Stéphane DE SAKUTIN / AFP )
Fachada de três dos hotéis da família do sultanato de Brunei, alvo de boicote de artistas famosos devido à imposição da nova lei contra homossexualidade e adultério (foto: Frederic J. BROWN, Fred DUFOUR, Ben STANSALL, Stéphane DE SAKUTIN / AFP )

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou nesta segunda-feira as novas leis de Brunei, um pequeno e rico Estado petrolífero do Sudeste Asiático, que estabelece a pena de morte em caso de homossexualidade ou adultério invocando a lei islâmica, referindo-se uma pena "cruel e desumana".


"Peço ao governo que ponha fim à entrada em vigor deste novo código penal draconiano, que, se aplicado, seria um sério revés para os direitos humanos em Brunei", disse a Alto Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em um comunicado.


Brunei implementará o novo código penal, que também ordena a amputação de uma mão ou um pé por roubo, ou a pena de morte por lapidação (apedrejamento), a partir da próxima quarta-feira.


Segundo a ONU, a nova legislação de Brunei prevê a pena de morte para múltiplos crimes, como estupro, adultério, relações sexuais extraconjugais para os muçulmanos, bem como insulto ou difamação do profeta Maomé.

Também introduz a flagelação pública como uma punição por aborto e amputação por roubo. Além disso, criminaliza a exposição de crianças muçulmanas às crenças de qualquer religião que não seja o islamismo.


A pena de morte já está prevista na legislação de Brunei, mas a última execução remonta a 1957, segundo a ONU.


"Peço a Brunei que mantenha sua moratória de fato sobre a aplicação da pena de morte", insistiu Bachelet.


Esta pequena monarquia de 430.000 habitantes é dirigida com mão de ferro pelo sultão Hasanal Bolkiah desde 1967.


O Sultanato anunciou a introdução progressiva da sharia pela primeira vez em 2013, mas a aplicação foi adiada para que os oficiais resolvessem os detalhes e a oposição de organizações de direitos humanos.

Ator George Clooney (esq.) manifestou apoio ao boicote convocado pelo cantor Elton John (dir.) aos hotéis de propriedade da família do sultão de Brunei Hassanal Bolkiah (centro)(foto: VALERIE MACON, Karen BLEIER / AFP)
Ator George Clooney (esq.) manifestou apoio ao boicote convocado pelo cantor Elton John (dir.) aos hotéis de propriedade da família do sultão de Brunei Hassanal Bolkiah (centro) (foto: VALERIE MACON, Karen BLEIER / AFP)

 

Boicote

 

O cantor britânico Elton John expressou apoio ao apelo do ator americano George Clooney ao boicote dos hotéis de luxo de propriedade do sultanato de Brunei, que quer impor a pena de morte à homossexualidade e ao adultério.

O cantor de "Your Song" e "Candle in the Wind", que contraiu matrimônio em 2014 com seu companheiro David Furnish, felicitou no Twitter o ator "por ter se posicionado contra a discriminação anti-gay e o sectarismo que impera no país de #Brunei - lugar onde os homossexuais são brutalizados, ou pior - ao boicotar os hotéis do sultão".

Clooney, vencedor de dois Oscars, é conhecido por seu ativismo político, especialmente por sua campanha para chamar a atenção para o conflito na região sudanesa de Darfur.


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