O acúmulo de anos muito quentes e aumento de zonas semi-áridas: o aquecimento global afeta cerca de 70% da população da Espanha, de acordo com um estudo apresentado nesta terça-feira pela Agência Meteorológica do Estado (Aemet).
"Cerca de 32 milhões de pessoas já são afetadas na Espanha pela mudança climática, com um acúmulo de anos muito quentes na última década, também com o prolongamento do verão e o aumento da frequência de noites tropicais, em que a temperatura não abaixam de 20 graus centígrados", explicou Beatriz Hervella, porta-voz do Aemet, em uma coletiva de imprensa.
Analisando os dados de 58 observatórios meteorológicos em todo o país nas últimas décadas, o Aemet mediu o fenômeno em território espanhol.
A agência estima que há trinta anos as zonas com clima semiárido progrediram na Espanha em cerca de 30.000 km2, chegando a 6% do território nacional.
As regiões mais afetadas são o sudeste da Península Ibérica, Castilla La Mancha (centro) e o Vale do Ebro (nordeste).
A Aemet também observou um aumento no nível do Mar Mediterrâneo, devido ao aquecimento climático, de cerca de 3,4 centímetros por década desde 1993.