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Estado de Minas INTERNACIONAL

Battisti reconhece pela 1ª vez autoria de quatro homicídios; Bolsonaro comemora

Ativista disse ter mentido sobre inocência para obter apoio de líderes da esquerda. 'Herói da esquerda confessou', disse presidente no Twitter


postado em 25/03/2019 12:03 / atualizado em 25/03/2019 18:15

(foto: AFP/ Miguel SCHINCARIOL)
(foto: AFP/ Miguel SCHINCARIOL)

O ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, que ficou 40 anos foragido, admitiu que é responsável por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970, além de ter ferido gravemente três pessoas e praticado diversos roubos para autofinanciar-se, informa a imprensa italiana nesta segunda-feira, 25.

Em sua confissão à Justiça Italiana, ele afirmou que mentiu sobre sua participação nos assassinatos e assaltos pelos quais foi condenado na Itália para poder ser recebido por líderes de esquerda nos vários países pelos quais passou, tendo enganado inclusive o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva.

Battisti disse ao procurador Alberto Nobili, responsável por investigar sua fuga, que usou as declarações de inocência para "obter apoios da extrema esquerda na França, no México, no Brasil e do próprio Lula". "Não tive nenhuma cobertura oculta", acrescentou.

O italiano também garantiu que não cometeu nenhum crime para se manter no Brasil, onde trabalhou inclusive como porteiro.

Na confissão, Battisti também afirmou que já sabia que as coisas mudariam para ele com a ascensão de Jair Bolsonaro.

A admissão de culpa de Battisti foi divulga pelo procurador-chefe de Milão, Francesco Greco, em entrevista coletiva. "Com essa admissão, ele esclarece muitas polêmicas, rende honras às forças de ordem e à magistratura de Milão e reconhece que atuou neste anos de maneira brutal", completou Greco.

 

Repercussão

Pouco depois da divulgação da notícia sobre o reconhecimento de Battisti, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, comentou o caso em sua conta no Twitter.



"Battisti, 'herói' da esquerda, que vivia colônia de férias no Brasil proporcionada e apoiada pelo governo do PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB, MST) confessou pela 1ª vez participação em 4 assassinatos", escreveu o presidente.

"Por anos denunciei a proteção dada ao terrorista, aqui tratado como exilado político. Nas eleições, firmei o compromisso de mandá-lo de volta à Itália para que pagasse por seus crimes. A nova posição do Brasil é um recado ao mundo: não seremos mais o paraíso de bandidos!", completou Bolsonaro em uma segunda mensagem.

Bolsonaro publicou também uma foto do italiano ladeado de parlamentares de esquerda, entre eles o petista Eduardo Suplicy (PT) e os psolistas Ivan Valente, Chico Alencar e José Nery.

Foragido da Justiça italiana por quase 40 anos, Battisti chegou ao Brasil em 2004 e viveu clandestinamente até ser preso no Rio, em 2007. No último dia de seu segundo mandato, no entanto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu asilo político para o italiano e impediu sua extradição.

O status, no entanto, foi retirado pelo presidente Michel Temer no ano passado, o que levou o italiano a deixar o País. Ele foi preso na Bolívia no início deste ano e desembarcou em Roma no dia 14 de janeiro.

De acordo com o procurador antiterrorismo Alberto Nobili, Battisti, de 64 anos, afirmou que "fala (apenas) do que é responsável e não falará (dos possíveis crimes) de mais ninguém".

"Guerra justa"


"Tenho noção do mal que fiz e peço desculpas aos parentes (das vítimas)", disse Battisti no interrogatório de nove horas, destacando, no entanto, que, na ocasião, as escolhas lhe pareciam corretas e que se tratava de uma "guerra justa". Battisti integrava o grupo Proletário Armados pelo Comunismo e foi condenado por quatro assassinatos cometidos entre 1977 e 1979.

Na Itália, foi primeiro condenado por participação em bando armado e ocultação de armas a 12 anos e 10 meses de prisão em 1981. Mais de uma década depois, em 1993, teve a prisão perpétua decretada pela Justiça de Milão, em razão de quatro homicídios hediondos. (Com agências internacionais).


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