O governo de Nicolás Maduro denunciou neste sábado que os fundos da Venezuela bloqueados por sanções internacionais financiam planos de "ações terroristas", um complô com o qual ele vinculou o líder da oposição Juan Guaidó e seu chefe de gabinete, com o apoio da Colômbia.
O ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodriguez, disse em comunicado televisionado que "informações de inteligência" revelaram que "assassinos contratados" recrutados em El Salvador, Guatemala e Honduras "usando grandes quantias de dinheiro" foram enviados para a vizinha Colômbia para entrar na Venezuela.
Rodriguez acusou Roberto Marrero, assistente de Guaidó, de atuar como "grande organizador" da suposta operação, que teria como objetivos - entre outros - executar "assassinatos seletivos" e "sabotagem" de serviços públicos.
O funcionário divulgou capturas de tela de supostas conversas via WhatsApp entre Marrero e Guaidó em que ele teria coordenado o uso de fundos bloqueados por sanções para financiar grupos irregulares com o apoio do governo do presidente colombiano Ivan Duque.
"Certifica-se, de acordo com essas conversas entre Guaidó e Marrero, que um bilhão, one billion estava sendo alocado" para o pagamento de "criminosos", disse Rodriguez, referindo-se também à quantia em dólares.
Lendo um fragmento desses supostos contatos, Rodriguez disse que Marrero se comunicou com Guaidó depois de se comprometer entregar "entre 500 e 700 mil dólares por dia" a "assassinos".
"Sr. Marrero disse ao senhor Guaidó: 'Pergunte a Duke', assumimos que se refere a Iván Duque (...), 'uma ONG para canalizar os fundos'".
"Marrero busca a intermediação financeira", acrescentou o ministro, que denunciou que as contas do Banesco Panamá e do Bank of America seriam usadas para esse fim.
Guaidó, chefe do parlamento reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, pede à comunidade internacional que mantenha a pressão contra o governo de Maduro com sanções internacionais.
Rodriguez estimou que, por essa razão, cerca de 30 bilhões de dólares da Venezuela foram bloqueados.