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Estado de Minas

Chefe da ONU alerta para retrocesso nos direitos das mulheres no mundo


postado em 11/03/2019 16:13

O secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu nesta segunda-feira (11) que está ocorrendo um retrocesso mundial nos direitos das mulheres, e exortou os delegados de um encontro anual sobre a situação das mulheres a não ceder terreno.

Nove mil ativistas participam da reunião de 12 dias da Comissão da Condição da Mulher (CSW, na sigla em inglês), em meio a um grande nervosismo pela redução dos avanços alcançados durante várias décadas para promover a igualdade de gênero.

"Em todo o mundo, há um retrocesso nos direitos das mulheres", disse Guterres na sessão de abertura da CSW na Assembleia Geral. "Esse retrocesso é profundo, generalizado e incessante".

As mulheres que se candidatam a cargos políticos e as defensoras de direitos humanos enfrentam um aumento da violência, enquanto que em alguns países aumentam os casos de feminicídio.

No local de trabalho, as mulheres têm 26% menos chances de ser contratadas que os homens e menos de um terço dos gerentes é mulher, apesar de ser provável que estejam mais bem preparadas, disse o alto funcionário, citando um estudo recente da Organização Internacional do Trabalho.

"Até mesmo governos que são importantes defensores desta agenda não apoiam suas palavras com ações", disse Guterres, que se declara um orgulhoso feminista.

Ele destacou que as agendas nacionalistas, populistas e de austeridade estão "agravando a desigualdade, dividindo as comunidades, cortando os direitos das mulheres e os serviços vitais".

"Temos uma briga em nossas mãos", disse Guterres durante a reunião. "Não vamos ceder terreno. Não vamos olhar para o outro lado".

- Deter os avanços -

Um dos temas que preocupa os ativistas reunidos este ano é o fato de alguns governos tentarem debilitar a linguagem usada em um documento final que trata sobre igualdade sexual e direitos reprodutivos.

A administração do presidente Donald Trump buscou nas comissões de direitos da ONU eliminar as referências à saúde sexual e reprodutiva, argumentando que se usaram para promover o aborto.

Antes do início da CSW, mais de 30 líderes mulheres assinaram uma carta aberta fazendo um apelo a lutar contra a erosão dos direitos das mulheres, encabeçada pela ex-premiê neozelandesa Helen Clark, a ex-ministra de Relações Exteriores da Argentina Susana Malcorra e a política búlgara Irina Bokova.

"Vemos agora, mais de um quarto de século depois de Pequim, como mais movimentos ganham terreno em sua tentativa de deter os avanços e erodir os direitos conquistados pelas mulheres", dizia a carta.

Queremos destacar que o risco que representam as políticas que buscam deter e erodir a igualdade de gênero é um risco não só para as mulheres, mas também para toda a humanidade.

O tema deste ano deve ser a proteção social e o acesso aos serviços públicos para mulheres e crianças, devido ao aumento do movimento #MeToo e o número recorde de mulheres eleitas para o Congresso dos Estados Unidos estão captando grande atenção.

A reunião vai abrir o caminho para os 25 anos, em 2020, da histórica Declaração de Pequim, que estabelece um mapa do caminho rumo à igualdade.


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