(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ambientalistas preocupados com impacto do Brexit no meio ambiente


postado em 08/03/2019 18:43

O Brexit poderia causar "danos incalculáveis" ao ecossistema no Reino Unido e socavar os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, advertem grupos ambientalistas que pedem a Londres que dê prioridade ao meio ambiente depois de deixar a UE.

Da qualidade do ar à gestão de resíduos, 80% das normas ambientais britânicas procedem atualmente de Bruxelas. E alguns temem que o governo não se importe com as consequências ambientais do divórcio com o bloco europeu.

"Se tivermos um Brexit sem um acordo, o governo estará ocupado em outras coisas", teme Richard Black, diretor do centro de análise Energy and Climate Intelligence Unit.

Londres afirma que quer manter os mais altos padrões ambientais, com ou sem acordo com Bruxelas.

A primeira-ministra Theresa May assegurou no ano passado que seu país continuaria "liderando o mundo no cumprimento de seus compromissos com o planeta", prometendo que as normas europeias se traduziriam nas leis britânicas depois do Brexit.

Mas os ambientalistas destacam que há poucos ou nenhum texto em preparação para manter os objetivos sobre as emissões, a preservação da natureza e a qualidade do ar, e praticamente nenhum recurso legal se não forem cumpridos os compromissos.

"Atualmente, a população britânica tem acesso a uma instituição forte e independente que tem poder real para obrigar os governos de toda a UE a fazer cumprir as leis ao invés de ignorá-las", comenta Amy Mount, da ONG Green Alliance, em alusão ao Tribunal de Justiça da União Europeia.

No ano passado, o Reino Unido teve que responder neste tribunal por descumprir os limites regulamentares de contaminação atmosférica.

Depois do Brexit, o governo planeja criar um Gabinete para a Proteção do Meio Ambiente que "garantirá que este e os governos subsequentes se beneficiem da experiência de uma agência ambiental independente" e ante a qual se deverá "prestar contas".

- Benefícios econômicos -

Mas ambientalistas e juristas questionam seus verdadeiros poderes e sua imparcialidade. Segundo rascunhos, será financiada pelo governo, que nomeará seus dirigentes.

"Não parece ser a poderosa organização que prometemos", disse Kierra Box, da ONG Amigos da Terra.

E "não é nada certo que pelo menos tenhamos" este escritório "para o dia da saída da UE, o que poderia criar um dano incalculável a nossas áreas naturais e espécies".

No mês passado, o governo britânico publicou uma série de conselhos a empresas sobre a energia e as emissões caso não se chegue a um acordo, no qual estabelece que as emissões não estarão mais cobertas pelo atual sistema europeu.

E, segundo o texto, "neste momento não há planos para introduzir políticas nacionais adicionais de emissões".

O país avançou na redução de emissões, com a diminuição de 43% entre 1990 e 2017. Mas os especialistas temem que, com o Brexit, os ministros de Transporte ou de Finanças busquem os benefícios econômicos a curto prazo mediante o desmonte de normas ambientais.

Os partidários do Brexit acreditam, ao contrário, que o Reino Unido poderá finalmente estabelecer suas próprias regras depois de décadas de decisões em Bruxelas.

No entanto, para Kierra Box, o histórico do país na área ambiental é um bom prognóstico.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)