Chelsea Manning, que vazou dados para a rede WikiLeaks, garantiu nesta quinta-feira que pode voltar à prisão por desacato após se negar a depor em um grande juri secreto, que acredita que esteja julgando o australiano Julian Assange, fundador do grupo que compila e divulga informações secretas.
Manning disse que se valeu de seus direitos constitucionais para se negar a responder às perguntas nesta quarta-feira, embora tenham lhe oferecido imunidade, e que um juiz federal vai avaliar se sua decisão pode ser classificada como desacato - o que poderia levá-la de volta à prisão.
"Na sexta-feira voltarei a um tribunal federal em Alexandria, na Virgínia, para uma audiência a portas fechadas por desacato", explicou em comunicado.
"Um juiz avaliará os fundamentos legais da minha recusa a responder perguntas diante de um grande juri. A corte pode decretar que desacatei e me condenar à prisão", afirmou.
Manning confirmou que a investigação é sobre a publicação de mais de 700 mil documentos ligados às guerras do Iraque e do Afeganistão que entregou em 2010 ao WikiLeaks.
Manning é uma mulher trans que era analista de Inteligência do Exército dos Estados Unidos quando teve acesso aos documentos. Ela foi presa e condenada a 35 anos de prisão pelo vazamento.
As ações da ex-analista ajudaram a tornar o WikiLeaks um movimento global contra segredos de governos.
A Justiça de Alexandria, perto de Washington, não confirmou que o WikiLeaks e Assange são os alvos desta investigação.