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Estado de Minas

Papa anuncia abertura em 2020 de arquivos do Vaticano sobre a Segunda Guerra Mundial

Pressão de pesquisadores e da comunidade judaica durante anos fez com que papa Francisco tomasse a decisão: "A Igreja não tem medo da História"


postado em 04/03/2019 11:37 / atualizado em 04/03/2019 12:29

(foto: Arquivo/O Cruzeiro/EM/D.A Press - 20/07/1955 )
(foto: Arquivo/O Cruzeiro/EM/D.A Press - 20/07/1955 )

O papa Francisco anunciou, nesta segunda-feira (4), que os arquivos secretos do Vaticano sobre o pontificado do papa Pio XII (1932-1958) serão abertos em março de 2020, um gesto que poderia lançar luz sobre suas ações durante a Segunda Guerra Mundial.


Numerosos pesquisadores vêm exigindo há anos acesso aos documentos para examinar por que Pio XII não se manifestou durante o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, um silêncio que as organizações judaicas consideram uma forma de cumplicidade passiva.


"Eu decidi que a abertura dos arquivos do Vaticano para o pontificado de Pio XII será realizada em 2 de março de 2020", por ocasião do 81º aniversário da eleição de Eugenio Pacelli ao papado, declarou Francisco ao receber os arquivistas da Santa Sé.


", garantiu o papa, lembrando que Pio XII esteve à frente da Igreja "em um dos momentos mais tristes e sombrios do século XX".


"Assumo esta decisão (...) certo de que a pesquisa histórica séria objetiva e saberá avaliar sob a luz da justiça, com as críticas apropriadas, os momentos de exaltação deste papa e, sem dúvida, também, os momentos de sérias dificuldades, decisões atormentadas, prudência humana e cristã", acrescentou.


Essas decisões "poderão parecer para alguns como uma relutância, mas foram, de fato, tentativas (...) de manter, em tempos de profunda escuridão e crueldade, a pequena chama de iniciativas humanitárias, da diplomacia oculta, mas ativa", assegurou o pontífice argentino.


Enquanto seus sucessores João XXIII (1958-1963), Paulo VI (1963-1978) e João Paulo II (1978-2005) foram canonizados, o processo de beatificação de Pio XII, relançado em 2009 por Bento XVI, está parado desde então devido às controvérsias sobre o seu papel durante a guerra.


Para muitos historiadores, ele deveria ter condenado o massacre de judeus com muito mais firmeza, mas não o fez por causa da cautela diplomática e para não colocar em perigo os católicos na Europa ocupada.


A peça de teatro "O Vigário", do dramaturgo alemão Rolf Hochhuth de 1963, adaptada para o cinema no filme "Amen" do grego Costa Gavras em 2002, contribuiu muito para a imagem de um papa sem preocupação com a situação dos judeus.


Outros historiadores, no entanto, afirmam que ele salvou dezenas de milhares de judeus italianos pedindo aos conventos que lhes abrissem suas portas.


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