Os 78 detidos da prisão da cidade de Aquin, no sul do Haiti, escaparam nesta terça-feira (12), informou o porta-voz da polícia nacional.
Uma investigação foi iniciada para determinar as circunstâncias precisas da fuga. Segundo testemunhas, uma manifestação contra o presidente Jovenel Moise estava sendo realizada em frente à delegacia vizinha ao estabelecimento penitenciário.
A fuga maciça ocorre em um momento em que o Haiti vive uma crise política cada vez mais profunda.
Há seis dias, milhares de pessoas se manifestam pelas ruas de Porto Príncipe e cidades do interior do país, às vezes de forma violenta, pedindo a renúncia do presidente Moise.
As condições de vida nas prisões do Haiti estão entre as piores do mundo, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, que citam a superlotação e a falta de higiene, de alimentação e de cuidados de saúde que os presos sofrem.
A lentidão do sistema judicial é em parte responsável por essa situação. Em outubro de 2018, uma investigação de uma associação haitiana revelou que três quartos das 11.839 pessoas presas no país estavam aguardando julgamento, algumas delas havia mais de uma década.