A Suprema Corte dos Estados Unidos bloqueou na quinta-feira uma lei da Louisiana que, segundo os críticos, limitaria o acesso ao aborto no estado do sul do país.
A decisão foi tomada por 5 votos contra 4, depois que o magistrado John Roberts se uniu aos colegas progressistas para bloquear a legislação, que teria entrado em vigor nesta sexta-feira.
O caso era considerado um teste para o principal tribunal do país, que passou a contar com uma maioria conservadora no governo de Donald Trump.
Se não fosse bloqueada, a legislação obrigaria os médicos das clínicas de aborto da Louisiana a privilegiar a admissão de pacientes em um hospital a menos de 50 km de distância.
De acordo com os defensores do direito ao aborto, a medida seria muito restritiva, deixando apenas um médico em todo o estado para realizar o procedimento.
O estado da Louisiana argumenta que devido aos riscos de complicações é vital poder transferir os pacientes para os hospitais próximos.
O argumento convenceu um tribunal de apelações, que autorizou a entrada em vigor da norma após anos de audiências.
Mas os críticos da medida recorreram à Suprema Corte para que bloqueasse a aplicação da lei enquanto apresentavam um recurso de apelação contra a decisão, alegando que se a norma entrasse em vigor teria efeitos irreversíveis e as clínicas fechadas não poderiam ser reabertas.
Também citaram uma lei similar do Texas que a Suprema Corte considerou inconstitucional em 2016.
A norma recebeu o apoio dos magistrados conservadores Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh, ambos designados por Trump.