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Estado de Minas

Trump indica crítico do Banco Mundial para presidir a entidade


postado em 06/02/2019 20:49

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta quarta-feira (6) David Malpass para conduzir o Banco Mundial (BM). Ele é um forte crítico da entidade que é uma principais fontes de financiamento ao desenvolvimento.

Malpass, alto funcionário do Departamento do Tesouro, é uma opção controvérsia, mas se Trump conseguir o apoio da maioria dos acionistas do BM, especialmente de países europeus, teria a oportunidade de reformular a entidade.

Trump descreveu Malpass como "um homem extraordinário", que é a "pessoa correta" para conduzir o Banco Mundial - com a presidência vaga desde 1 de fevereiro após a renúncia inesperada Jim Yong Kim.

"Os Estados Unidos são o maior contribuinte do Banco Mundial", disse Trump. "Meu governo tornou prioridade que cada dólar dos contribuintes dos Estados Unidos seja gasto efetiva e sabiamente', afirmou.

Trump e sua equipe atacaram reiteradamente as instituições multilaterais, e Malpass liderou as acusações contra o BM e sua instituição irmã, o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Aos 62 anos, Malpass classificou as políticas de empréstimos das duas instituições como "corruptas" e queixou-se do financiamento oferecido à China e a outras nações relativamente ricas.

Na Casa Branca, Malpass afirmou que buscará implementar reformas no BM aprovadas no ano passado após negociações para ampliar em US$ 13 bilhões o capital de empréstimos da entidade. O objetivo é que países como China recebam menos empréstimos e mais caros.

"Sou muito otimista em poder alcançar grandes avanços para gerar crescimento que nos permita combater a extrema pobreza e aumentar as oportunidades econômicas no mundo em desenvolvimento", disse Malpass.

Altos funcionários americanos disseram à imprensa que Malpass e o governo de Trump apoiam esses organismos multilaterais enquanto cumprem eficientemente suas missões.

Um funcionário descreveu Malpass como "um guerreiro feliz" e um "campeão das políticas pró-crescimento", que procura "levar crescimento econômico a países de baixa renda".

Contudo, confirmaram que Malpass, que é um dos funcionários que negocia a normalização do comércio EUA-China, defende reduzir os empréstimos a Pequim por considerar que o gigante asiático dispõe de boas fontes de recursos e financiamento.

- Apoio europeu? -

A inesperada e prematura saída do presidente do BM, Kim Yong Kim, efetivada em 1 de fevereiro, quando não tinha chegado nem à metade de seu mandato de cinco anos, permitiu a Trump sair em busca de um sucessor.

A direção do banco receberá candidaturas a partir de 7 de fevereiro até 14 de março e planeja anunciar seu novo líder antes das reuniões do BM e do FMI em Washington entre 12 e 14 de abril. Qualquer um dos 189 membros do BM pode indicar um candidato.

O BM, com sede em Washington, sempre foi presidido por um americano, desde sua fundação após a Segunda Guerra Mundial. Em contrapartida, sua entidade irmã, o FMI sempre esteve sob liderança europeia.

Nos últimos anos, diversos países considerados economias emergentes se voltaram contra essa norma não escrita e exigem um processo de seleção mais aberto e baseado nos méritos do candidato.

Especialistas acham improvável que esses países possam somar forças e derrotar o candidato dos Estados Unidos. Contudo, podem se lançar ativamente contra Malpass - um crítico contundente do FMI e do BM.

Muitos, inclusive americanos dos dois partidos, criticam Malpass e suas credenciais por não terem previsto a crise financeira mundial e sugeriu soluções - que rapidamente se provaram infundadas - à política adotada pelo banco central americano para tirar os Estados Unidos da recessão de 2008-2009.

"David Malpass seria um presidente do Banco Mundial desastroso. É uma opção tóxica", disse o ex-secretário assistente do Tesouro Tony Fratto.

Justin Sandefut, membro do instituto Center for Global Development, disse que Malpass "se envolveu em práticas ruins em muitos assuntos, desde desenhar os primeiro indícios da crise global de 2008 até considerar a ideia de abolir o FMI".

Os Estados Unidos são o maior acionista do BM, mas não têm poder de veto e precisam de respaldo de nações europeias para votar ter maioria na votação da direção do banco.

Autoridades americanas disseram que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, já saiu em busca de apoio a Malpass, e o próprio Malpass viajará para se reunir com vários governos para ouvir o que eles querem do Banco Mundial.


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