A justiça administrativa francesa proibiu, nesta terça-feira (15), a venda e o uso na França do Roundup Pro 360, um herbicida que contém glifosato do grupo Monsanto/Bayer, utilizado sobretudo na viticultura.
A decisão do tribunal administrativo de Lyon (centro-leste), que anulou uma autorização para colocar este produto no mercado, tem "efeito imediato", indicou à AFP a Agência nacional de segurança sanitária de alimentação, meio ambiente e trabalho (Anses).
O gigante químico alemão Bayer, que em 2018 comprou seu concorrente americano Monsanto, se declarou "surpreso" com a decisão, e lembrou que a "Agência europeia de segurança de alimentos (Efsa) em 2015 havia chegado à conclusão de que a classificação do glifosato como 'provável cancerígeno' não estava justificada".
O grupo indicou em um comunicado que "está estudando as ações jurídicas" necessárias.
Esta decisão chega em pleno debate na França e na Europa sobre o perigo potencial do glifosato, princípio ativo do Roundup.
Em novembro de 2017, a UE renovou a homologação do glifosato por um período de cinco anos, mas o presidente francês, Emmanuel Macron, se comprometeu a proibi-lo na França antes de 2021.
"É uma decisão muito importante porque afeta todos os Roundup, pois o tribunal considera que todos os produtos que contêm glifosato são provavelmente cancerígenos", comemorou a advogada do Comitê de pesquisa sobre engenharia genética (CRIIGEN), Corinne Lepage.