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Estado de Minas

Líderes populistas italianos defendem 'coletes amarelos' franceses


postado em 07/01/2019 15:43

Os dois líderes políticos do governo populista italiano expressaram, nesta segunda-feira (7), seu apoio aos "coletes amarelos" na França, regozijando-se com o nascimento desta "nova Europa", poucos meses antes das eleições europeias.

"Coletes amarelos, não enfraqueçam!", escreveu o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio, líder do Movimento Cinco Estrelas (M5S, antissistema), no blog deste movimento político nascido em 2009 da rejeição à velha classe política por parte dos italianos.

"Eu apoio os cidadãos honestos que protestam contra um presidente que governa contra o seu povo", declarou outro vice-premiê, Matteo Salvini, chefe da Liga, partido soberanista de extrema direita.

Salvini, que também é ministro do Interior, condenou com "total firmeza" a violência durante as manifestações dos coletes amarelos na França.

Mas foi Di Maio, cujo movimento defende uma forma de democracia direta, quem levantou o tom de voz.

Nascido nas redes sociais, inclassificável no espectro político tradicional e com várias reivindicações, o movimento dos "coletes amarelos" é bastante comparado ao M5S em seu início, mesmo que não tenha um líder carismático e a estrutura que fez o movimento italiano decolar.

Tal como o M5S, exige uma democracia mais direta, como, por exemplo, a criação de um referendo de iniciativa cidadã (RIC).

Di Maio, que também condenou a violência, ofereceu a ajuda de seu movimento, e mais particularmente de sua plataforma na internet, chamada "Rousseau", para "organizar eventos" ou ainda "escolher candidatos" e "definir o programa eleitoral" através do seu sistema de votação.

"Rousseau" é uma plataforma interativa na internet que permite a qualquer um inscrito no M5S de participar na elaboração de programas e propostas de leis, mas também da escolha de candidatos para eleições locais ou nacionais.

A prefeita de Roma, Virgina Raggi, venceu a eleição municipal em 2016 após ser selecionada via internet por ativistas em uma final entre uma dúzia de candidatos, todos desconhecidos do público em geral.

O M5S e "Rousseau" têm a ambição de promover a participação dos cidadãos através do conceito de "cidadania digital", isto é, a possibilidade de participar continuamente na vida democrática, e não apenas nos anos eleitorais.

"O povo sujeito às leis deve ser o autor", diz esta plataforma interativa citando o filósofo do século XVIII Jean-Jacques Rousseau.

"É um sistema pensado por um movimento horizontal e espontâneo como o de vocês e ficaremos felizes se quiserem usá-lo", escreveu Di Maio.

"Rousseau" é criticado na Itália por sua falta de transparência e pelo controle exercido por uma empresa criada por um dos fundadores do M5S, Roberto Casaleggio, teórico da democracia direta e crítico da democracia representativa.

Assumindo o discurso populista, antissistema e anti-elites que tem sido a força do M5S, mas também da Liga, Di Maio atacou diretamente o governo francês, acusado de permanecer "surdo" às demandas populares e representar apenas "os interesses das elites".

"Nós, na Itália, conseguimos reverter essa tendência", afirmou, pedindo aos "coletes amarelos" para fazer o mesmo.

"Uma nova Europa está nascendo: a dos 'coletes amarelos', a dos movimentos, a da democracia direta. É uma batalha difícil que podemos lutar juntos. Mas, vocês 'os coletes amarelos', não enfraquecem!", concluiu Di Maio


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