(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

ONG alerta para 'colapso total do sistema de saúde' no Iêmen


postado em 19/12/2018 12:29

O Iêmen ainda não está em estado de fome, mas enfrenta casos de desnutrição e "um colapso total de seu sistema de saúde" - alertou nesta quarta-feira (19) em Paris a chefe da missão da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) neste país.

Durante uma coletiva de imprensa na sede da ONG em Paris, Caroline Seguin, que voltou no dia anterior de uma viagem ao país em guerra, afirmou que "o colapso total do sistema de saúde e do sistema econômico são as principais causas da crise humanitária em curso, a mais grave do mundo deste o início do século".

Em 8 de dezembro, a ONU estimou que "até 20 milhões de iemenitas estão em situação de insegurança alimentar".

"Nós não fazemos um diagnóstico de fome", declarou Caroline Seguin.

"Antes da guerra, a desnutrição já existia no Iêmen. Realizamos há dez anos programas de nutrição no país, mas não vemos a fome. Os casos de subnutrição estão aumentando. Mas, em situações reais de fome, temos adultos desnutridos, uma explosão das taxas de mortalidade, e este não é o caso hoje no Iêmen", completou.

A MSF está presente em 11 das 21 províncias do país, gerenciando diretamente 13 hospitais e apoiando cerca de 20 centros de saúde do Iêmen, informou o presidente da MSF, o médico Mego Terzian.

"O problema com o uso da palavra fome", acrescentou Caroline Seguin, "é que as ONGs se concentram em programas de nutrição, quando acreditamos que os problemas de saúde são muito mais sérios do que a distribuição de alimentos. O problema é o colapso total do sistema de saúde, do sistema econômico, o que significa que hoje uma mulher grávida não pode pagar uma passagem de ônibus para dar à luz em um hospital".

"Os funcionários não são pagos há mais de dois anos, há grandes problemas com as importações", disse ela. "A população está ficando cada vez mais pobre, uma economia de guerra foi colocada em prática pelos diferentes atores do conflito", explicou.

A falta de água também é crônica em muitas áreas, acrescentou, e esta é a principal explicação para o surto de cólera que devastou o país no ano passado.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)