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Estado de Minas

Mapuches e ONGs denunciam lixão petroleiro tóxico na Argentina


postado em 17/12/2018 21:34

Indígenas mapuches apresentaram uma denúncia penal ante a justiça por resíduos poluentes lançados por empresas que exploram o rico campo não convencional de petróleo e gás de Vaca Muerta, na Patagônia argentina.

A Confederação Mapuche, povo originário de Neuquén, fez a denúncia contra funcionários públicos dessa província situada 1.200 km ao sudoeste de Buenos Aires e grandes empresas petroleiras, à qual depois se uniram outra entidades, entre elas o Greenpeace.

"A situação é bastante delicada. Afeta moradores de bairros populares porque as usinas de tratamento de resíduos ficam muito perto", disse à AFP Martín Álvarez, especialista do Observatório Petroleiro Sul, uma ONG que monitora o uso da energia.

O Greenpeace disse nesta segunda-feira em um comunicado que se trata de "um novo caso de negligência em Vaca Muerta, que envolve a empresa coletora de resíduos industriais tóxicos Treater SA".

A apresentação judicial dos Mapuches, em 31 de outubro, alcança clientes da Treater SA, como a estatal argentina YPF e as multinacionais Total, Exxon, Pan American Energy e Pampa Energía.

Por outro lado, o Greenpeace acusa a Shell, Total, Pluspetrol, BP, Pan American Energy e YPF. "A lista é diferente porque são investigações separadas. O Greenpeace, no entanto, difunde e apoia a denúncia dos Mapuches", disse à AFP uma porta-voz da ONG.

Um porta-voz da Pan American Energy disse à AFP que sua companhia está entre as empresas denunciadas por erro, pois não tem contrato com a Treater.

No entanto, a Pan American Energy aparece como cliente no site da Treater.

As outras empresas não comentaram a denúncia.

O Greenpeace afirmou que o lixão "põe em risco o ecossistema patagônico". A empresa coletora "foi alvo de busca e apreensão esta semana no âmbito de uma investigação por poluição", acrescentou a entidade.

Segundo a denúncia, há "ilegalidades em um lixão tóxico de 13,6 hectares, o equivalente a 15 campos de futebol, com resíduos perigosos que não estão sendo tratados com as regulações da lei".

O Greenpeace comprovou que "a lama que faz parte dos resíduos da perfuração hidráulica contém metais pesados e elementos radioativos como radônio ou urânio".

Em Vaca Muerta, um dos maiores campos do mundo de gás de xisto e óleo de xisto, se aplica o método de fratura hidráulica ('fracking') dos poços, que gera grandes volumes de resíduos.

Na vizinha e pequena localidade de Añelo, foram registrados casos de câncer e outras doenças, segundo depoimentos de habitantes a meios locais.

"No ar flutua um pó irritante, respiram-se gases, há um cheiro nauseabundo, os lençóis freáticos estão poluídos. Não sabemos se há controle. É um fato grave", afirmou Álvarez.

O especialista disse que o câncer é a primeira causa de morte em Neuquén, mas não há pesquisas científicas que o relacionem diretamente com os hidrocarbonetos.


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