O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, decretou nesta quinta-feira a prisão "com finalidade de extradição" do ex-militante de esquerda Cesare Battisti, requerido pela Itália, onde foi condenado por quatro assassinatos.
"Determino a prisão cautelar para fins de extradição do nacional italiano Cesare Battisti", escreveu Fux em decisão cuja AFP obteve uma cópia. O presidene eleito Jair Bolsonaro, que assume no dia 1º de janeiro, havia prometido extraditar Battisti.
Contactado pela AFP, o advogado de Battisti, Igor San'Anna Tamasauskas, disse "não ter recebido nada a respeito" e recordou que o ex-militante vive em Cananéia, no litoral do estado de São Paulo, sem dar mais detalhes.
Até o momento não há informação de que a Polícia Federal tenha detido Battisti. Fux pediu que sua decisão fosse enviada à Interpol.
Battisti, 63 anos, foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente.
O italiano passou cerca de 30 anos como fugitivo entre México e França, onde teve uma bem sucedida carreira de escritor de romances policiais, até fugir para o Brasil, em 2004.
Em 2010, a justiça autorizou sua entrega à Itália, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe concedeu status de refugiado político.
Bolsonaro prometeu extraditar Battisti, um gesto muito agradecido pelo ministro do Interior e vice-premier ultranacionalista italiano Matteo Salvini.