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Estado de Minas

Junta militar da Tailândia volta a autorizar campanhas políticas para eleições de 2019


postado em 11/12/2018 08:01

A junta militar que governa a Tailândia há mais de quatro anos autorizou novamente nesta terça-feira as campanhas políticas antes das eleições, previstas para o início de 2019.

O decreto, publicado no Diário Oficial nesta terça-feira, entra em vigor imediatamente.

"O povo deve ter o direito de escolher os partidos políticos que administrarão o país e os partidos devem ser autorizados a fazer campanha para expor seus programas", afirma o artigo do Diário Oficial.

Os políticos de todas as tendências, incluindo os conservadores próximos à junta militar que governa o país, exigiam há vários meses o fim da proibição de atividades políticas, começando pelos comícios.

Muitos grupos consideram que o anúncio é tardio porque as eleições, adiadas diversas vezes, devem acontecer em fevereiro, o que deixa apenas dois meses para a campanha.

"Eles queriam manter a proibição o maior tempo possível", disse Abhisit Vejajiva, líder do Partido Democrata (conservador).

Nos últimos meses, dezenas de novos partidos apresentaram seus registros oficiais. Muitos foram criados no mundo empresarial ou universitário, com várias críticas à junta militar.

A vida política tailandesa é dominada há 20 anos pelo partido Puea Thai, que venceu todas as eleições nacionais desde 2001, mas que hoje está enfraquecido porque seus principais líderes estão no exílio.

Este é o caso de Yingluck Shinawatra, a primeira-ministra derrubada em 2014 por um golpe militar e que vive na Inglaterra para escapar de uma condenação que considera política.

Seu irmão Thaksin, que também foi primeiro-ministro, permanece no exílio para evitar um processo com denúncias de corrupção, o que ele considera perseguição política.

A junta militar anunciou em setembro a "flexibilização" do veto a atividades políticas, o que permitiu aos partidos, pela primeira vez desde 2014, recrutar novos membros.

Mas as campanhas permaneciam proibidas até esta terça-feira.

A oposição tailandesa, liderada pelo Puea Thai, pede há vários meses um anúncio oficial da data das eleições, que provavelmente acontecerão em 24 de fevereiro.

Entre os novos políticos está o milionário Thanathorn Juangroongruangk, 39 anos, que há alguns meses criou o movimento Future Forward. Em setembro ele foi acusado de divulgar informações falsas nas redes sociais, nas quais acusava a junta de intimidar os rivais antes das eleições.

Antes convocar eleições, os militares aprovaram em 2016 uma polêmica Constituição e reforçaram seu controle sobre os deputados.

A Tailândia viveu mais de uma década de instabilidade política, com tensões entre os Camisas Vermelhas (um movimento reformista, partidário de Shinawatra) e os Camisas Amarelas (conservadores ultramonárquicos, incluindo os militares), que terminaram com dois golpes de Estado.

O chefe da junta militar, general Prayut Chan-O-Cha, faz campanha há vários meses nas províncias rurais do país.


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