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Estado de Minas

Samsung pede desculpas e encerra processo de funcionários com câncer

Grupos de defesa dos funcionários afirmam que 240 pessoas contraíram doenças em atividade profissional nas fábricas de semicondutores e telas de cristal líquido, inclusive com mortes


postado em 23/11/2018 06:17 / atualizado em 23/11/2018 08:29

Co-presidente da Samsung Eletronics, Kim Ki-nam, posa com parentes de funcionários que tiveram doenças do trabalho nas fábricas de semicondutores e LCD(foto: Jung Yeon-je / AFP)
Co-presidente da Samsung Eletronics, Kim Ki-nam, posa com parentes de funcionários que tiveram doenças do trabalho nas fábricas de semicondutores e LCD (foto: Jung Yeon-je / AFP)

A Samsung Electronics pediu desculpas nesta sexta-feira aos funcionários que contraíram câncer quando trabalhavam em fábricas de semicondutores, encerrando um processo iniciado há uma década.


"Apresentamos nossas sinceras desculpas aos funcionários que sofreram estas doenças e seus parentes", afirmou Kim Ki-nam, copresidente do grupo sul-coreano, principal fabricante mundial de chips.


"Não administramos de forma apropriada os riscos para a saúde em nossas fábricas de semicondutores e LCD"", completou.


A Samsung Electronics é a maior fabricante mundial de smartphones e semicondutores. É a principal unidade do grupo Samsung, o maior "chaebol" da Coreia do Sul, como são denominados os conglomerados industriais que dominam a economia do país.


Grupos de defesa dos funcionários afirmam que 240 pessoas contraíram doenças por suas atividades profissionais quando trabalhavam em fábricas de semicondutores e telas de cristal líquido da Samsung. Quase 80 delas faleceram, incluindo várias mulheres jovens.


Após um acordo anunciado no início do mês, a Samsung Electronics pagará indenização de até 150 milhões de wons (116.000 euros) por caso.


O acordo cobre 16 tipos de câncer, doenças raras, abortos e enfermidades congênitas que afetaram os filhos dos funcionários. O demandante precisa ter trabalhado nas fábricas por pelo menos um ano a partir de 1984.


Os ex-funcionários de uma fábrica em Suwon, ao sul da capital sul-coreana, revelaram o escândalo em 2007.


A década seguinte foi marcada por uma série de decisões da justiça, da Agência Pública para as Condições de Trabalho e de um comitê de mediação, que resultaram no anúncio desta sexta-feira.


O porta-voz das famílias, Hwang Sang-gi, cuja filha de 22 anos faleceu de leucemia em 2007, afirmou que está satisfeito com o reconhecimento do erro por parte da Samsung.


"As desculpas não são suficientes para as famílias, mas as aceitaremos. Nenhum pedido de desculpa bastará para compensar todos os insultos, a dor provocada por doenças profissionais e a perda de um parente", declarou.


"Não posso esquecer a dor que ela sofreu. Muitas pessoas tiveram o mesmo destino", completou.


A Samsung é responsável atualmente por 20% do PIB nacional e contribui em grande medida para o crescimento econômico que levou a Coreia à posição de 11ª maior economia mundial.


Mas o grupo foi abalado recentemente por várias crises. Herdeiro do império, Lee Jae-yong, passou quase um ano preso em 2017 por ter subornado a ex-presidente Park Geun-hye em um gigantesco escândalo de corrupção.



 


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