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Estado de Minas

Advogado de El Chapo diz que cartel subornou presidentes do México


postado em 13/11/2018 22:34

O advogado do narcotraficante mexicano Joaquín "Chapo" Guzmán, cujo processo começou nesta terça-feira (13) em um tribunal de Nova York, afirmou que o Cartel de Sinaloa pagou subornos milionários ao atual presidente do México, Enrique Peña Nieto, e a seu antecessor, Felipe Calderón.

O advogado Jeffrey Lichtman também garantiu ao júri que o verdadeiro líder do Cartel de Sinaloa é Ismael "Mayo" Zambada, que jamais passou um dia na prisão e segue foragido, responsável pelo pagamento "ao atual e ao anterior presidentes do México (..) milhões de dólares em subornos".

Felipe Calderón, que foi presidente do México entre 2006 e 2012, reagiu imediatamente afirmando que as declarações do advogado "são absolutamente falsas e temerárias".

"Nem ele (El Chapo), nem o Cartel de Sinaloa ou qualquer outro realizou pagamentos para minha pessoa", escreveu Calderón no Twitter.

Em seguida, um porta-voz do presidente em fim de mandato Peña Nieto também usou o Twitter para rebater as acusações defesa de "El Chapo".

"O governo de @EPN (Enrique Peña Nieto) perseguiu, capturou e extraditou o criminoso Joaquín Guzmán Loera. As afirmações atribuídas ao seu advogado são completamente falsas e difamatórias", escreveu na rede social Eduardo Sánchez, porta-voz da Presidência mexicana.

Peña Nieto assumiu o cargo em 2012 e o entregará em 1º de dezembro ao presidente eleito, Andrés Manuel López Obrador.

Segundo o advogado do traficante, "a verdade é que El Chapo não controlava nada, e sim Mayo Zambada".

"Mayo pode determinar quem será preso e quem a Polícia e o Exército devem matar", afirmou Lichtman, um experiente advogado especializado em defender membros do crime organizado.

Lichtman destacou que nos últimos dois anos, desde que El Chapo foi extraditado para os Estados Unidos, "o fluxo de drogas não parou". "O negócio continua como sempre".

O advogado também atacou o antigos aliados de El Chapo que aderiram ao programa de delação premiada: "estas testemunhas mataram promotores, tentaram matar presidentes (...), por que motivo o governo está indo tão longe, concedendo vistos para que permaneçam neste país, entre nós? Por que querem infectar este país com estes degenerados?! Porque El Chapo é o maior prêmio com o qual a promotoria sonha".

"Há um outro lado desta história, o lado que os governos dos Estados Unidos e do México não querem que vocês saibam (...), sobre como funcionários do governo puderam ser subornados para cometerem crimes ainda mais sérios".

Já a promotoria apresentou El Chapo como um temível e astuto narcotraficante que liderava o Cartel de Sinaloa, traficava grandes quantidades de cocaína em aviões, barcos de pesca e até submarinos, e não duvidava em matar até familiares para ampliar seu negócio e evitar ser preso.

"Dinheiro, drogas, assassinatos, uma vasta organização de narcotráfico: este julgamento se trata disto e apresentaremos as evidências", declarou o promotor Adam Fels.

A promotoria afirma que o império criminoso de El Chapo, com tentáculos nas Américas, Ásia e Europa, faturou cerca de 14 bilhões de dólares.

Fels lembrou que El Chapo tinha um AK-47 banhado a ouro e uma pistola cravejada de diamantes com suas iniciais, liderando "seu próprio exército privado, de centenas de homens armados com fuzis de assalto nas montanhas de Sinaloa".

El Chapo ouviu os argumentos de forma tranquila, com a ajuda de uma tradutora, após entrar no tribunal com o rosto sereno e jogar um beijo para sua mulher, Emma Coronel, de 29 anos, sentada entre o público.

Acusado de enviar aos Estados Unidos 155 toneladas de cocaína e outras drogas, El Chapo pode ser condenado à prisão perpétua.


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