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Estado de Minas

EUA e China se reúnem em busca de saída para tensões bilaterais


postado em 09/11/2018 12:45

O governo americano recebe nesta sexta-feira (9) dois funcionários chineses de alto escalão para uma reunião sobre as disputas comerciais e militares, três semanas antes do encontro entre os presidentes de ambos os países.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e o da Defesa, Jim Mattis, devem se reunir em Washington com seus colegas chineses Yang Jiechi e Wei Fenghe, respectivamente, antes de darem uma entrevista coletiva no Departamento de Estado ao meio-dia (hora local).

Esta segunda reunião de "diálogo diplomático e segurança" é parte da reativação das relações entre Estados Unidos e China decidida pelos presidentes Donald Trump e Xi Jingping.

Desde a cúpula celebrada entre os dois presidentes em abril de 2017 em Mar-a-Lago, na Flórida, na qual Trump assegurou ter "construído uma amizade" com Xi, a linguagem mudou drasticamente.

Em um discurso digno - segundo alguns observadores - de uma nova Guerra Fria, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, acusou Pequim, no início de outubro, de roubo de tecnologias sensíveis, de expansionismo diplomático e militar, de ataques em massa contra as liberdades civis e minorias religiosas e até de interferência nas eleições para tirar Trump da Casa Branca.

Pouco depois, Pompeo teve uma fria recepção na capital chinesa, e as conversas desta sexta-feira, originalmente programadas para outubro na China, haviam sido adiadas.

A realização desse encontro pode ser interpretada, portanto, como um sinal de distensão.

- 'Relação construtiva' -

"Queremos ter com a China uma relação construtiva, orientada para os resultados", disse nesta quinta-feira à imprensa o embaixador dos Estados Unidos em Pequim, Terry Branstad.

"Os Estados Unidos não estão tentando conter a China, mas queremos justiça e reciprocidade", acrescentou.

O diplomata explicou que o diálogo deverá permitir intercâmbios "livres e abertos" sobre temas muito diversos, como a crescente militarização do Mar da China Meridional, os direitos humanos, ou o controle do fentanil, um opiáceo sintético muito potente responsável por uma onda de mortes por overdose sem precedentes nos Estados Unidos.

Em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, disse nesta sexta que a China espera que as conversas "deem muito bons resultados" e que ajudem a "aprofundar o entendimento" e "acelerar a colaboração entre ambas as partes".

Em uma reunião na quinta-feira com o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger em Pequim, Xi destacou que "se ergueram nos Estados Unidos vozes negativas em relação à China", relatou a agência oficial de notícias Xinhua.

De qualquer modo, o presidente chinês garantiu que acertou com Trump de se reunir no âmbito da cúpula do G20 na Argentina, no fim do mês, onde "as duas partes podem ter um intercâmbio profundo de pontos de vista sobre temas de interesse comum".

O tema da Coreia do Norte também está na pauta. Washington deseja que Pequim mantenha a pressão sobre Pyongyang em um momento em que o regime norte-coreano exige uma redução das sanções internacionais em troca de avanços em sua desnuclearização.

Para a delegação chinesa, porém, o tema-chave é Taiwan e a posição ambígua da administração Trump, à qual pedem que reafirme claramente sua política de reconhecer apenas a China popular.

A China quer trabalhar com os Estados Unidos para evitar a confrontação e conseguir o respeito mútuo e uma cooperação que beneficie os dois lados, disse o ministro Jiechi, como informou a agência de notícias Nova China, depois da reunião com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton.

Enquanto as advertências sobre os riscos da guerra comercial aumentam, Trump foi otimista nos últimos dias sobre a possibilidade de um acordo sobre este assunto com a China. Xi voltou, por sua vez, a se comprometer a abrir mais seu mercado às importações.

Espera-se que os dois presidentes se reúnam em paralelo à cúpula do G20, que acontece nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro na Argentina.


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