O líder da oposição xiita no Bahrein, xeque Ali Salman, foi condenado neste domingo em segunda instância à prisão perpétua por "inteligência" com o Catar, país do Golfo boicotado por Manama e outros aliados da Arábia Saudita.
O chefe do movimento Al-Wefaq havia sido absolvido em junho pela Alta Corte Criminal do Bahrein, um país governado por uma monarquia sunita. O procurador-geral, no entanto, interpôs recurso.
O julgamento deste domingo ainda pode ser apelado.
Ali Salman havia sido acusado de "inteligência com o Estado do Catar para cometer atos hostis para minar a posição política e econômica do Reino do Bahrein, para derrubar seu regime e expor seus segredos de defesa".
Ele também foi acusado de "ter recebido de um Estado estrangeiro (Catar) dinheiro em troca da transmissão de informações sobre os segredos militares e a situação geral do país".
A condenação acontece após o embargo contra o Catar por quatro países árabes, incluindo o Bahrein, acusando o país do Golfo de apoiar movimentos "terroristas", o que Doha nega, e de se aproximar do Irã.
Preso desde 2014, o líder da oposição atualmente cumpre uma sentença de prisão por "incitamento ao ódio confessional".
O reino do Bahrein, sede da Quinta Frota dos Estados Unidos e aliado próximo de Washington, esmagou violentamente um movimento de protesto xiita exigindo reformas durante a Primavera Árabe.
Centenas de opositores foram presos e alguns foram destituídos de sua nacionalidade.