O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, suspendeu até novo aviso o projeto de demolição de um vilarejo beduíno na Cisjordânia ocupada, considerado por seus defensores um símbolo da luta contra a colonização de Israel.
"O objetivo é dar uma oportunidade às negociações e ofertas que recebemos das diferentes partes, inclusive nos últimos dias", afirma um comunicado divulgado pelo governo.
Khan al Ahmar é um vilarejo no qual vivem 200 beduínos e fica ao leste de Jerusalém, entre duas colônias israelenses. As autoridades do Estado hebreu acusam os moradores de ocupação ilegal.
Os beduínos tinham até 1 de outubro para abandonar o local, mas se negaram a cumprir a ordem, o que levou as forças de segurança a preparar uma operação de destruição do vilarejo.
O destino de Khan al Ahmar preocupa a comunidade internacional, incluindo oito países membros da União Europeia, que em setembro pediram às autoridades israelenses que mudassem a decisão.
Na quarta-feira, o procurador do Tribunal Penal Internacional alertou Israel que "uma retirada à força força" poderia ser considerada um crime de guerra.
As autoridades determinaram a evacuação do vilarejo depois de anos de uma batalha jurídica que chegou à Suprema Corte e após o fracasso das negociações sobre uma possível transferência de seus habitantes.
Israel ocupa a Cisjordânia há meio século. Várias comunidades de beduínos se instalaram ao leste de Jerusalém, em uma área onde, de acordo com ONGs de defesa dos direitos humanos, os israelenses têm a intenção de ampliar a colonização.