O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, anunciou nesta quarta-feira que vai deixar o cargo no final de novembro, depois de mais de quatro anos no posto.
"Vou mudar a partir da última semana de novembro", informou De Mistura ao Conselho de Segurança da Nações Unidas durante uma reunião sobre a crise na Síria.
O enviado havia antecipado meses antes ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, sua intenção de deixar o cargo.
Desde então, o chefe da ONU busca um sucessor, segundo várias fontes diplomáticas.
Staffan de Mistura também anunciou ao Conselho de Segurança que irá a Damasco na próxima semana, a convite das autoridades sírias, para analisar a criação de um Comitê Constitucional que será responsável pela redação da nova Carta Magna do país.
A criação deste Comitê, anunciada em janeiro na reunião de Sochi, Rússia, tem sido particularmente trabalhosa para De Mistura.
O emissário da ONU tem estado sob forte pressão dos países ocidentais, particularmente Estados Unidos, França e Reino Unido, para convocar o comitê antes do final de outubro.
Paris considera que o atraso na criação da comissão é da responsabilidade de Damasco.
Por outro lado, a Rússia disse em setembro que as coisas não devem ser apressadas.
De Mistura assumiu o cargo em julho de 2014 em substituição ao diplomata argelino Lakhdar Brahimi, que renunciou após o fracasso das negociações de paz em Genebra.
Mais de 360 mil pessoas foram mortas na guerra na Síria, que começou em março de 2011 como uma revolta contra o presidente Bashar al-Assad, mas que se transformou em um complexo conflito envolvendo vários.