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Estado de Minas

Geleiras suíças perderam 2,5% de seu volume em 2018

Na última década, a perda foi de 20%, chegando a um nível jamais visto


postado em 16/10/2018 09:24 / atualizado em 16/10/2018 09:53

(foto: Fabrice COFFRINI / AFP)
(foto: Fabrice COFFRINI / AFP)
 

O ano de 2018 foi de extremos para as geleiras suíças que, apesar de um inverno com muita neve, perderam 2,5% de seu volume devido às altas temperaturas na primavera e no verão.


Segundo um relatório publicado nesta terça-feira pela Academia de Ciências Naturais do país, em 2018 as geleiras suíças perderam "um quinto de seu volume durante esta última década".


E isso apesar de que, depois de três anos de pouca neve, o inverno 2017-2018 se anunciar mais propício para as geleiras graças a nevascas excepcionais.


De fato, é a camada de neve que cobre as geleiras que impede que afundem.


"Até o final de março, ainda restava, acima dos 2.000 metros, mais que o dobro da neve que o normal e a espessura do manto de neve era o elevado registrado nos últimos 20 anos", afirmaram os cientistas.


Nível nunca antes visto 


Mas as importantes nevascas de inverno se viram contra-atacadas pelas elevadas temperaturas e a seca extrema a partir de março.


"O verão passado (junho-agosto) foi o mais quente depois de 2003 e 2015", segundo o MétéoSuisse, e o período abril-setembro foi "de longe o mais quente jamais registrado no país", assinalaram os especialistas.


A título de exemplo, no cume do Weissfluhjoch (2.540 m), onde se encontra o instituto suíço para o estudo da neeve e avalanches, não houve uma única nevasca superior a 1 cm, entre 17 de maio e 4 de setembro.


Uma situação que nunca havia ocorrido desde o início dos registros há 81 anos.


Este calor, em conjunto com a seca, "não só derreteu grandes quantidades de neve de inverno (às vezes até 5 metros nas geleiras), como também derreteu o gelo".


"O derretimento geral (neve e gelo) nunca havia atingido um nível assim, exceto durante o ano de 2003", explicou Matthias Huss, chefe da Rede Suíça de Registros Glaciológicos (GLAMOS), que mede e analisa as geleiras todos os anos.


Desaparecimento completo


"O ano de 2003 continua sendo o pior para as geleiras, mas 2018 se situa certamente entre os piores dez dos 100 últimos anos, e entre os três piores para algumas geleiras", afirmou cientista.


"Se tivesse havido o nível de nevascas de 2017, por exemplo, 2018 teria sido sem dúvida recorde absoluto", acrescenta.


Para os especialistas suíços, a evolução das geleiras em seu país é um reflexo do que acontece em nível planetário.


"O recuo das geleiras está diretamente relacionado à mudança climática", disse Huss. "As geleiras são muito suscetíveis a altas temperaturas do ar, e estas estão claramente relacionadas às altas concentrações de CO2 na atmosfera", explica.


Se o aquecimento continuar nesse ritmo, adverte o especialista, "muitas pequenas geleiras desaparecerão completamente e as maiores geleiras continuarão a recuar muito".


"Em 20 anos, podemos continuar a admirar geleiras como o grande glaciar Aletsch (o mais importante dos Alpes, no sul da Suíça), mas o desaparecimento das geleiras continuará a acelerar", concluiu.


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