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Estado de Minas

Keiko Fujimori é detida acusada de receber contribuições ilegais da Odebrecht no Peru


postado em 10/10/2018 15:30

A poderosa líder opositora peruana Keiko Fujimori foi detida nesta quarta-feira (10) acusada de receber contribuições ilegais da empreiteira Odebrecht, uma semana depois de a Justiça anular o indulto de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori.

A filha mais velha de Alberto Fujimori (1990-2000) foi detida preventivamente por um período de 10 dias depois que depôs ante um juiz, assinalou a sua advogada Giuliana Loza, que chamou de "atropelo e abuso" a decisão judicial.

A detenção ocorreu a pedido da Procuradoria ao fim da audiência de Keiko, de 43 anos, ante o juiz Richard Concepción Carhuancho.

"Ela se colocou à disposição da Procuradoria", acrescentou a advogada após assinalar que a medida pegou-os de surpresa.

A ordem de prisão contra a líder do partido Força Popular (direita populista) inclui outras 19 pessoas, entre elas Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, investigados por supostamente receberem fundos da empreiteira Odebrecht para a campanha presidencial de Keiko em 2011.

Keiko ficou detida ao comparecer na sede da Procuradoria após ser chamada para dar declarações pelas contribuições recebidas por seu partido para as eleições vencidas por seu adversário Ollanta Humala. Ela compareceu acompanhada de seu marido, Mark Vito Villanella.

O procurador responsável por casos de lavagem de dinheiro, José Domingo Pérez, atribuiu a Keiko o comando de uma "organização criminosa" dentro do seu partido, que domina o Congresso peruano, por receber contribuições ilícitas.

O pedido de prisão de baseou em uma nova informação recebida pela Procuradoria peruana de seu par brasileiro, que provaria que o partido de Keiko recebeu contribuições de 1,2 milhão de dólares para a sua campanha de 2011.

"A detenção preliminar ocorre em uma investigação, sem que ainda exista processo, não responde a provas, mas a necessidade de realizar ações, investigações que só podem ser feitas com o investigado detido", tuitou o advogado César Naksaki, ex-defensor de Alberto Fujimori.

- Contribuição de cúpula empresarial -

Segundo o ex-chefe da Odebrecht em Lima Jorge Barata, os dirigentes fujimoristas Yoshiyama e Bedoya foram os intermediários. Suas casas foram inspecionadas em março pela Procuradoria.

Barata também confessou aos procuradores peruanos em São Paulo que havia feito contribuições às campanhas de outros candidatos em 2011: Ollanta Humala (2011-2016), Alejandro Toledo (2001-2006) e Pedro Pablo Kuczynski.

Todos os ex-presidentes e Keiko negaram ter recebido dinheiro da Odebrecht, empresa acusada de distribuir presentes a políticos e funcionários em diferentes países latino-americanos.

O ex-chefe da Odebrecth disse que, além dos um milhão de dólares dados a Yoshiyama e Bedoya, fez outra contribuição de 200 mil dólares para a Keiko por meio da organização de cúpula de empresários peruanos, a Confiep.

A liderança do setor privado, que teria coordenado a contribuição de várias empresas para impedir - sem sucesso - a vitória de Humala em 2011, rejeitou as declarações do ex-chefe da Odebrecht afirmando que "a Confiep, sendo um sindicato empresarial, não apoia campanhas nem partidos políticos".

Há uma semana, a Suprema Corte do Peru anulou o indulto e ordenou que o ex-presidente Fujimori voltasse à prisão após 10 meses de liberdade, depois do qual foi internado em uma clínica em Lima, onde permanece sob custódia policial.


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