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Estado de Minas

Jornalistas birmaneses detidos por críticas a político ligado a Suu Kyi


postado em 10/10/2018 11:36

Três jornalistas birmaneses foram detidos nesta quarta-feira por um artigo crítico sobre um político considerado um protegido da chefe de Governo, Aung San Suu Kyi.

Kyaw Zaw Lin, Nayi Min e Phyo Wai Win foram levados com escolta policial, algemados para um tribunal de Yangun.

"Os três foram transportados para a prisão de Insein depois da abertura de um processo contra eles em virtude do artigo 505b", declarou o advogado dos jornalistas, Kyee Myint.

Os profissionais da imprensa podem ser condenados a até dois anos de prisão caso sejam declarados culpados da acusação de fazer "circular um boato com o objetivo de alarmar o público", como estabelece o artigo 505b, utilizado pela junta militar que governou o país por décadas para censurar todas as críticas.

De acordo com o advogado, a denúncia foi apresentada por um alto funcionário do governo regional de Yangun, Aung Kyaw Khaing, por um artigo publicado no jornal Eleven em 8 de outubro.

O texto menciona os controversos planos de investimentos do chefe da administração de Yangun, Phyo Min Thein, considerado um protegido de Aung San Suu Kyi.

O integrante da proeminente da Liga Nacional para a Democracia (LND), de Suu Kyi, é acusado particularmente de falta de transparência na compra de uma frota de ônibus de Pequim.

As detenções acontecem em um contexto de "redução do espaço democrático" em Mianmar, como afirmou esta semana a relatora especial da ONU, Yanghee Lee.

Dois jornalistas birmaneses da agência Reuters, acusados de violar segredos de Estado de Mianmar quando cobriam o massacre de muçulmanos rohingyas, foram condenados em setembro a sete anos de prisão, uma decisão que provocou indignação internacional e arranhou ainda mais a imagem da prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

As novas detenções provocaram um choque entre os jornalistas de Mianmar.

"Não se trata apenas da Eleven Media ou da Reuters. Toda a indústria dos meios de comunicação está ameaçada", reagiu Hlaing Thit Zin Wai, do Comitê de Proteção dos Jornalistas.

A próxima audiência do caso está prevista para 17 de outubro.


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