O governo britânico advertiu nesta segunda-feira que ainda há "grandes problemas" a serem resolvidos nas negociações com Bruxelas sobre a saída do país da União Europeia (UE), marcada para 29 de março.
"Sempre dissemos que estávamos trabalhando duro para conseguir um acordo neste outono (boreal), e isso continua", disse um porta-voz da primeira-ministra Theresa May.
"Ainda há grandes problemas a serem resolvidos e, como afirmou a primeira-ministra, isso exigirá movimentos por parte da UE", acrescentou.
Esta semana acontecem em Bruxelas discussões técnicas na presença dos representantes de ambos os lados, mas o ministro britânico encarregado do Brexit, Dominic Raab, não tem planos de comparecer.
"Há uma diferença entre ouvir as pessoas falarem de maneira otimista sobre um acordo e a conclusão efetiva de um acordo que inclui tanto a saída quanto a estrutura futura" das relações entre o Reino Unido e a UE, acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores irlandês, Simon Coveney, disse no domingo que o texto do acordo de saída estava "90% fechado", embora o problema da fronteira com a Irlanda continue sendo um grande obstáculo.
O acordo final sobre o Brexit deve incluir o pacto de saída do Reino Unido e uma declaração política sobre a futura parceria econômica e em termos de segurança. Também deverá incluir os direitos dos cidadãos europeus e o pagamento da fatura de saída.
Londres e Bruxelas concordaram em manter a fronteira aberta entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda - um país membro da UE - mas não entraram em acordo em como proceder.
Londres se opõe a manter, como proposto por Bruxelas, as regras da UE na Irlanda do Norte, mas ainda não apresentou nenhuma alternativa, mas prometeu que o fará "em breve".
Os líderes europeus exigem que May faça progressos concretos em direção a um acordo antes da cúpula de 18 e 19 de outubro em Bruxelas.