(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Bolsonaro e Haddad: veja as propostas para dois países diferentes


postado em 07/10/2018 22:24

O candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) vão decidir no segundo turno, em 28 de outubro, as eleições presidenciais no Brasil, com projetos de país diametralmente opostos.

Confira abaixo os pontos essenciais de seus programas de governo:

- Economia: austeridade e privatizações em debate -

BOLSONARO

. "Reduzir a dívida pública em 20% mediante privatizações, concessões" e venda de propriedades da União.

. Criar um sistema paralelo de aposentadoria por capitalização; os brasileiros poderão "optar entre o sistema novo e o antigo".

. "O país funcionará melhor com menos ministérios", será criado um superministério de Economia que abarcará as atuais pastas de Fazenda, Planejamento, e de Indústria e Comércio Exterior. Bolsonaro indicou que o ministro será Paulo Guedes, um 'Chicago boy'.

. "Melhorar a carga tributária brasileira fazendo com que os que pagam muito paguem menos e os que sonegam e burlam, paguem mais".

HADDAD

. Revogar o congelamento do gasto público e a flexibilização da legislação trabalhista, aprovadas pelo governo de Michel Temer.

. "Interromper as privatizações" e voltar a impor a participação da Petrobras em projetos petroleiros nas águas profundas do pré-sal.

. Equilibrar as contas do sistema da previdência "a partir do retorno do emprego" e de medidas como o combate à sonegação fiscal.

- Insegurança: mais armas ou mais controle? -

BOLSONARO

. Flexibilizar a legislação sobre o porte de armas. "As armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser usadas para matar ou salvar vidas. Isso depende de quem as maneja".

. "Reduzir a maioridade penal para 16 anos".

. "Os policiais precisam ter certeza que, no exercício de sua atividade profissional, serão protegidos por uma retaguarda jurídica. Garantida pelo Estado, através do excludente de ilicitude".

. "Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas".

. "Redirecionamento da política de direitos humanos, priorizando a defesa das vítimas da violência".

HADDAD

. "A política atual de repressão das drogas é errônea, injusta e ineficaz". "O Brasil tem que examinar as experiências internacionais (...) de descriminalização e regulação do comércio" de entorpecentes.

. "A política de controle de armas e munições deve ser aprimorada, reforçando o rastreamento" do armamento.

. Integrar os serviços de Inteligência.

- Corrupção: a política sob suspeita -

BOLSONARO: "Propomos um governo decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal".

HADDAD: Garantir "cada vez maior transparência e prevenção à corrupção (...) No entanto, a pauta do combate à corrupção não pode servir à criminalização da política".

- Diplomacia: diga-me com quem andas... -

BOLSONARO:

. "Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália".

. "Além de aprofundar nossa integração com todos os irmãos latino-americanos que estejam livres de ditaduras, precisamos redirecionar nosso eixo de parcerias".

. O programa de Bolsonaro não menciona o Mercosul em nenhum momento. Propõe, ao contrário, dar "ênfase nas relações e acordos bilaterais".

HADDAD:

. "O Brasil deve retomar e aprofundar a política externa de integração latino-americana e a cooperação sul-sul (especialmente com a África), de modo a apoiar, ao mesmo tempo, o multilateralismo, a busca de soluções pelo diálogo e o repúdio à intervenção e a soluções de força".

- Sexualidade: entre silêncios e meias palavras

Educação sexual

BOLSONARO:

. "Conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. Mais matemática, ciências e português, SEM DOUTRINAÇÃO E SEXUALIZAÇÃO PRECOCE".

HADDAD:

. "Fundado no princípio constitucional da laicidade do Estado, promoveremos a saúde integral da mulher para o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não-sexista, não-racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação e demais políticas públicas".

Aborto

BOLSONARO:

. O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.

. Como deputado, Bolsonaro promoveu iniciativas de controle da natalidade, como, por exemplo, o reembolso pelo sistema público de saúde das vasectomias e ligaduras de trompas a partir dos 21 anos.

HADDAD:

. O programa do PT tampouco faz referência ao aborto. Em 2012, Haddad se disse "pessoalmente contra" a sua legalização, mas falou em "estabelecer políticas públicas oferecendo às mulheres condições de planejar suas vidas".

. A companheira de chapa de Haddad, Manuela D'Ávila, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), é a favor da descriminalização.

LGBTI

BOLSONARO:

. Não há nenhuma menção no programa de Bolsonaro aos direitos dos LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, e Intersexuais). Várias de suas declarações foram abertamente homofóbicas.

. Na campanha tentou se mostrar mais amigável. Em uma entrevista concedida a uma rádio de Pernambuco, disse respeitar as opções de adultos e declarou: "Os homossexuais serão felizes se eu for presidente".

HADDAD:

. O programa de Haddad tem um capítulo intitulado "Promover a cidadania LGBT+", que propõe a "criminalização da LGBTIfobia" e promete criar iniciativas de inserção educativa e trabalhista "a pessoas travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade".

- Meio ambiente -

BOLSONARO:

. O candidato do PSL, que conseguiu apoio da bancada do agronegócio no Congresso, propõe em seu programa "reunir em um só ministério" todas as áreas do governo responsáveis pela "política econômica e agrícola", de "recursos naturais e meio ambiente rural", assim como de "segurança alimentar", pesca, "desenvolvimento rural sustentável" e "inovação tecnológica". As palavras desmatamento, Amazônia e aquecimento global estão ausentes do documento.

. O programa de Haddad se propõe a chegar a uma "taxa zero de desmatamento até 2022, sem reduzir a produção agropecuária "graças a um uso mais eficiente" das terras de cultivo e do pasto.

. Também se propõe a iniciar uma transição para "uma economia justa e de baixo carbono, contribuindo decisivamente para conter aquecimento global".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)